Anais - 14º CBCENF

Resumos

Título CONDIÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E CULTURAIS DE GESTANTES ADOLESCENTES: PERFIL E PERCEPÇÕES
Autores
CAMILA MEDEIROS CRUVINEL CUNHA (Relator)
DANIEL DIAS MENDES
DIANA DE ABREU COSTA
CLÁUDIA FERREIRA DA SILVA
JOSÉ ANDRÉ NASCIMENTO FONSECA
Modalidade Comunicação coordenada
Área A enfermagem e o terceiro setor
Tipo Pesquisa

Resumo
INTRODUÇÃO: A adolescência é caracterizada por um período que envolve intensas mudanças físicas, emocionais, psicológicas, sexuais e sociais. É um momento de consolidação da identidade, desejo pelo novo, descoberta da sexualidade e de questionamento dos costumes e valores até então aprendidos, devendo ser naturalmente classificada como gradual. Deste modo, a ocorrência de gravidez nesta fase induz à transposição de várias etapas do que seria um desenvolvimento adequado. A preocupação com o aumento do número de gestações se explica pelas profundas mudanças biológicas, psíquicas e culturais acarretadas, que se inseridas num período que já alberga transformações individuais, como é o caso da adolescência, pode trazer conseqüências negativas tanto para a mãe quanto para o filho. OBJETIVO: Estabelecer o elo entre a gravidez na adolescência e fatores sócio-econômicos, tomando como base a estrutura e o histórico do bairro Joana Darc no município de Uberlândia - MG, partindo da observação de campo feita pela equipe do Pet-saúde e pela equipe da UBSF Joana Darc. METODOLOGIA: Pesquisa quali-quantitativa, com fase inicial documental, através de coleta de dados do SIAB e Ficha B, seguida de aplicação de questionário com perguntas fechadas e realização de grupo focal, com discussão baseada em roteiro semi-estruturado. Almejava-se com a discussão, alcançar elementos de pesquisa e provocar reflexões acerca do atual modo de vida das adolescentes. RESULTADOS: A pesquisa contou com 20 gestantes na fase inicial e nove na fase final, demonstrando desistência de quase metade da amostra na trajetória de visita domiciliar, consulta na UBSF, resposta a questionários e participação em grupo focal. A maioria das participantes estava na segunda gestação, embora não possuísse filhos, o que evidenciou o alto número de abortos. 75% referiram não estudar, 90% não praticar exercício físico e/ ou atividade de lazer, 95% ter a televisão como principal meio de comunicação e 50% morarem com o companheiro. Dependência do cônjuge e da família dele, assim como ausência de perspectivas que envolvessem a própria realização pessoal, foram destaque entre as respostas. CONCLUSÃO: Obtivemos um perfil de adolescentes despreocupadas, carentes de informações (apesar do reconhecimento de sua disponibilidade), sem reflexões concretas de que fatores afetavam o alto índice de gravidez na área, bem como uma ausência de percepção sobre as dificuldades que enfrentavam e de perspectivas para o futuro.