Anais - 14º CBCENF

Resumos

Título O GRITO DAS MULHERES FOI OUVIDO: EXPERIÊNCIA DO GRUPO DE SAÚDE MENTAL DA EQUIPE AMARELA DO BAIRRO DO PEDREGAL
Autores
CHIRLAINE CRISTINE GONÇALVES (Relator)
MARIA DE FÁTIMA ARAÚJO SILVEIRA
ISABELLA BARROS ALMEIDA
ISABELLA MARIA FILGUEIRA GUEDES PIANCÓ
Modalidade Comunicação coordenada
Área A enfermagem e o terceiro setor
Tipo Dissertação

Resumo
Esta pesquisa intenta contribuir para as discussões que se desenvolvem atualmente acerca da Saúde Mental, como algo essencial para a saúde do indivíduo, e também como tema que se insere na elaboração das Políticas de Saúde para a população. Desde a III Conferência Nacional de Saúde, a área de Saúde Mental do Ministério da Saúde tem como eixo principal, no contexto da reforma psiquiátrica, o avançar no processo de desinstitucionalização, envolvendo desde a política para a Atenção Básica até a criação dos serviços residenciais terapêuticos, criação de centros de atenção psiocossociais, avaliação hospitalar, Programas de Volta para Casa, Programa de Reestruturação Hospitalar e a responsabilização sanitária pelos manicômios judiciários. Como objetivos, buscou-se descrever a implantação de um grupo de saúde mental em uma unidade do Estratégia Saúde da Família, tentou-se identificar as concepções relacionadas à saúde e à doença mental, tanto para as profissionais como para as usuárias da referida equipe, além de descrever o significado do grupo de saúde mental para as participantes e para as profissionais. A pesquisa é qualitativa, exploratória, descritiva, analítica e longitudinal. Os dados foram coletados através de oficinas de sensibilidade, expressividade e criatividade. Os dados são apresentados sob forma de narrativa e agrupados em categorias e subcategorias. A análise e interpretação dos resultados revelaram que, mesmo diante de inúmeras dificuldades, foi possível implantar um serviço de saúde mental em uma Unidade Básica Saúde da Família, que teve um resultado bastante satisfatório, o que foi evidenciado, entre outros fatores, pela diminuição do número de internações em hospitais psiquiátricos, diminuição do uso de psicotrópicos, melhora da auto-estima das integrantes, retorno ao trabalho como fonte de renda, enfim, pelo resgate da cidadania e do direito de escolha, que lhes havia sido negado no espaço asilar. Conclui-se que é possível e essencial trabalhar Saúde Mental dentro da Atenção Básica, principalmente , sendo necessário utilizar todos os recursos desinstitucionalizar e investir na construção de uma rede realmente substitutiva da psiquiatria tradicional.