Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título MANIFESTAÇÕES DO PODER DA ENFERMEIRA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA: UMA ANÁLISE DA LINGUÍSTICA SOCIAL CRÍTICA
Autores
MARIA ALRICELIA LOPES DE OLIVEIRA (Relator)
JOSÉ WICTO PEREIRA BORGES
NÁDIA MARQUES GADELHA PINHEIRO
Modalidade Pôster
Área Autoridade, poder e cidadania
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: A Linguística Social Crítica exercitada a partir da Análise do Discurso Crítica é um arcabouço teórico-metodológico que se ocupa, fundamentalmente, de análises que dão conta das relações de dominação, tendo interesse particular na relação entre linguagem e poder. Objetivo: Analisar o discurso da enfermeira a fim de elucidar os elementos que geram assimetria de poder nas relações sociais entre essa profissional e os usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF). Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, qualitativo onde se desenvolveu uma observação participante durante oito meses em uma ESF de Fortaleza – CE em 2008. Pesquisa aprovada pelo CEP sob protocolo 031/08 na Faculdade Integrada do Ceará. Como pano de fundo da análise convém assinalar o contexto institucional onde o dialogo entre enfermeira e usuário ocorre, sendo este crucial para o entendimento lingüístico-pragmático da interação. Resultados: Os resultados mostraram que os gêneros lingüísticos predominantes são a entrevista, a argumentação e o explicativo que em relação dialética modalizam o discurso da enfermeira como parte pregnante da verdade e do ser saudável. As atitudes corporais, as tensões, os movimentos corporais com uma coluna sempre ereta, o jaleco, o estetoscópio, o computador, os cartazes e os discursos ideologizados pelo viés cartesiano, compõem uma cenografia que permite rigorosamente a imposição de um modo de vida idealizado para o usuário, com restrições, e sem levar em consideração a bagagem individual que ele traz consigo. A interdiscursividade surge quando a enfermeira operacionaliza a linguagem da Saúde Coletiva materializada nos serviços da ESF, alicerçadas nos ideais do Ministério da Saúde a partir de ideologias, de discursos hegemônicos que compõem um estilo dominador. A intertextualidade surge no discurso médico como um interdiscurso que impulsiona a validação de uma postura dominadora pela enfermeira. Considerações Finais: A matriz social do discurso segue o modelo hegemônico de saúde que está presente na sociedade do novo capitalismo, onde a enfermeira, como sujeito inserido em uma rede social complexa, reafirma o modelo de saúde que a atual conjuntura nacional e mundial disseminou com uma performance corporal que remete a um poder assimétrico nas relações com o usuário da ESF.