Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título EVENTOS ADVERSOS: INDICADORES DA QUALIDADE DA ASSITÊNCIA EM UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO
Autores
QUÉREN DE PÁDUA BRAGA (Relator)
LORENA PEREIRA DE SOUZA
ANA LÚCIA QUEIROZ BEZERRA
ANA ELISA BAUER DE CAMARGO SILVA
THATIANNY TANFERRI DE BRITO PARANAGUÁ
Modalidade Pôster
Área Ensino e pesquisa
Tipo Pesquisa

Resumo
INTRODUÇÃO: Evento adverso (EA) é definido como lesão ou dano não intencional causado pelo cuidado prestado, resultando em incapacidade/disfunção temporária/permanente, prolongamento do tempo de internação ou morte do paciente. Cerca de 10% dos pacientes internados sofrem algum tipo de EA e, devido às suas próprias características e da intensa rotatividade de profissionais, pacientes e procedimentos cirúrgico-diagnósticos, o centro cirúrgico configura-se em local mais vulnerável à sua ocorrência. OBJETIVO: Caracterizar os EA ocorridos no Centro Cirúrgico de um hospital universitário. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, desenvolvido num hospital universitário. A população consta dos EAs ocorridos entre 2005 e 2009, registrados nos livros de anotações de enfermagem. Após coleta, os dados foram analisados estatisticamente. Estudo aprovado por Comitê de Ética (Protocolo N° 064/2008). RESULTADOS: Constatou-se a ocorrência de 42 eventos adversos, distribuídos em categorias. Na categoria Eventos adversos relacionados à assistência, constataram-se 31 EA, sendo 41,9% referente à falta de humanização, queimadura, queda e falta de avaliação pré-operatória; 35,5% se relacionam à anestesia, destacando alterações respiratórias, instabilidades hemodinâmicas e falhas no bloqueio anestésico; e 22,6% relacionados às complicações cirúrgicas. Quanto às conseqüências ao paciente, 80,7% dos EA resultaram em dano temporário, requerendo intervenção e/ou prolongando o tempo de internação, 16,1% em óbito e 3,2% não registraram conseqüências. Na categoria Eventos adversos relacionados à organização do serviço, foram computados 11 EA, sendo 54,5% relacionados à previsão e provisão de materiais; 27,3% à manutenção de equipamentos médico-hospitalares; e 18,2% à presença de animais no ambiente. Quanto às conseqüências, 45,4% resultaram em dano temporário, requerendo intervenção e/ou prolongando o tempo de internação, 27,3% não causaram dano aparente e 27,3% não constavam registros. O número de EA encontrado nos registros é escasso, quando comparados à alta demanda e rotatividade do centro cirúrgico, inferindo à subnotificação, dificultando o gerenciamento de riscos e o planejamento de estratégias de prevenção. CONCLUSÃO: Os EA se configuram em indicadores da qualidade da assistência à saúde, refletindo a necessidade de investir na educação continuada e de reconhecer o erro como parte integrante de um sistema, garantindo, assim, a segurança do paciente e a qualidade do serviço.