Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título A VISÃO DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SOBRE OS CUIDADOS PRESTADOS PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Autores
ALLYNE KARLLA CUNHA GURGEL (Relator)
GLAUCEA MACIEL DE FARIAS
ANA CRISTINA FEITOSA DE OLIVEIRA
ISABEL KAROLYNE FERNANDES COSTA
KAROLINA DE MOURA MANSO DA ROCHA
Modalidade Pôster
Área Multiprofissionalidade e democracia
Tipo Pesquisa

Resumo
INTRODUÇÃO: nos últimos anos, a violência tem sido um grave problema de saúde pública, levando à morte de mais de 300 mil pessoas nas Américas e representando a terceira causa de mortalidade em pessoas entre quinze e quarenta e quatro anos de idade nos países latino-americanos. Neste contexto, ressaltamos ainda que a superlotação nos serviços hospitalares de emergência, aliada ao medo e preconceito dos profissionais de saúde, podem influenciar negativamente no processo de cuidar às vítimas de eventos violentos. OBJETIVOS: caracterizar as vítimas de violência atendidas em um hospital de urgência em Natal (RN); identificar a visão das vítimas de violência durante o processo de cuidar cuidados prestados pelos profissionais da equipe médica e de enfermagem. METODOLOGIA: trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem quantitativa e dados prospectivos, organizado segundo as normas de Vancouver. Os dados foram coletados no Pronto Socorro Clóvis Sarinho, com população de 365 vítimas atendidas nos meses de abril a maio de 2009, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e mediante aceitação do CEP, sob parecer de No 068/2009. RESULTADOS: constatou-se que dos 365 vítimas participantes da pesquisa, 300 (82,2%) eram agredidas e 65 (17,8%) agressoras. No geral, 254 (69,6%) eram do sexo masculino e 111 (30,4%) do feminino; 91 (24,9%) tinham de 18 a 24 anos, 70 (19,2%), não eram alfabetizadas e a maioria, 208 (57%), afirmou ter usado algum tipo de droga lícita ou ilícita. De todos os pesquisados, 253 (69,3%) não sentiram nenhuma resistência (medo ou preconceito) por parte dos profissionais de saúde durante o processo de cuidar. No entanto, 43 (66,2%) agressores perceberam nos profissionais alguma resistência ao serem cuidados. Na visão de 173 (86,5%) pacientes agredidos e 39 (60%) agressores, a equipe de enfermagem foi considerada a que melhor atendeu. CONCLUSÃO: após a análise, observamos nesse estudo que, do total, predominaram os indivíduos do sexo masculino; a maioria havia consumido algum tipo de droga e grande parte das agressoras sentiu medo e preconceito por parte dos profissionais de saúde durante o processo de cuidar. Baseadas nestas informações, esperamos que as autoridades, gestores das instituições de saúde e profissionais da área, possam ter subsídios para intervir eficazmente, contribuindo dessa forma para tornar a assistência mais humanizada e isenta de preconceitos.