Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título PERCEPÇÃO DAS MULHERES HANSÊNICAS SOBRE OS PRECONCEITOS COM A DOENÇA
Autores
MARIA LINDALVA DE ANDRADE NETA (Relator)
CÍCERA BEZERRA DA SILVA
EDUARDA MARIA DUARTE RODRIGUES
GLÁUCIA MARGARIDA BEZERRA BISPO
MIRLÂNDIA PINHEIRO PARNAÍBA
Modalidade Pôster
Área Ensino e pesquisa
Tipo Monografia

Resumo
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, transmitida pelo indivíduo portador das formas multibacilares. O Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos, atingindo homens e mulheres, podendo acarretar prejuízos de ordem física e psicológica. Objetivou-se analisar a percepção das portadoras da hanseníase com relação aos preconceitos e aspectos sociais. O estudo é do tipo exploratório descritivo com abordagem qualitativa. O período de coleta ocorreu nos meses de março a abril de 2009. A coleta se deu por meio de uma entrevista semi estruturada com 21 mulheres portadoras e ex-portadoras de hanseníase no município de Iguatu/CE, obedecendo a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A análise dos dados foi realizada com base na literatura pertinente ao assunto. A caracterização da população revelou faixa etária de 35 a 45 anos (23,5%) e acima de 65 anos (23, 5%), estado civil casada (57,1%), nível baixo de escolaridade: analfabetas (23,5%), alfabetizadas (23,5%) e nível fundamental incompleto (33,3%) e completo (9,52%) e nível médio (9,52%). A maioria das entrevistadas apresentou ocupação de baixa capacitação profissional, cor parda, forma tuberculóide, duração de tratamento de seis meses a dois anos, condições de moradia adequada. Foi observada também nesse grupo manchas nos membros superiores, a descoberta da doença deu-se através de demanda espontânea (38%), exame baciloscópico (4,76%), mídia (9,52%), informação por meio da Atenção Básica (14%). Analisou-se a percepção da mulher hansênica no meio social, convivência familiar, conhecimento da patologia, comportamento, mudanças e sentimentos na vida dessas mulheres. Os resultados demonstraram que a doença fere não só a estrutura física dos portadores de Hanseníase, mas, muito mais a estrutura psicológica dos mesmos. Para a parte física existe a cura, desde que o mesmo tenha acesso ao diagnóstico e tratamento precoce, mas para as seqüelas subjetivas dos sentimentos, ainda é necessário maior acolhimento por parte da ESF. Conclui-se que é necessário que as autoridades governamentais proporcionem recursos humanos e materiais para os profissionais da saúde poder realizar suas funções com afinco, assim como a transmissão de mais conhecimento para a população e disposição de tempo para interagir com os familiares do portador de hanseníase na busca do bem estar físico e psicológico desse paciente.