Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título A MUDANÇA DE CONCEPÇÃO DE SAÚDE E DOENÇA MENTAL ENTRE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM NA PRÁTICA DE PSIQUIATRIA
Autores
CAMILLA MARIA FERREIRA DE AQUINO (Relator)
ISADORA MARIA DELIMRO SILVA
IRACEMA DA SILVA FRAZÃO
Modalidade Pôster
Área Ensino e pesquisa
Tipo Relato de experiência

Resumo
INTRODUÇÃO: Humanizar a atenção à saúde é tratar as pessoas levando em conta seus valores e vivências como únicos, evitando quaisquer formas de discriminação e de perda da autonomia, enfim, é preservar a dignidade do ser humano. Esses conceitos foram vitais na reestruturação da assistência à saúde mental que resultou no processo da reforma psiquiátrica brasileira. Porém, a doença mental ainda é relacionada com o mendigo que fala sozinho e com o homicida "louco" que aparece nos filmes. Esse estigma está vinculado ao medo do desconhecido, a um conjunto de falsas crenças que se originam do desconhecimento e incompreensão do sofrimento psíquico.OBJETIVO:Relatar a mudança de concepção de saúde e doença mental entre as acadêmicas de enfermagem (ACEs) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) durante a prática no Hospital das Clínicas na disciplina de Psiquiatria.METODOLOGIA:Para alcançar o objetivo do estudo as autoras descreveram suas impressões ao início e término da prática em psiquiatria, comparando as mudanças obtidas no que entenderam como sofrimento mental e tratamento humanizado. O método foi observacional, a partir das reflexões e capacidade de crítica das ACEs.RESULTADOS:As impressões iniciais foram marcadas pelo receio entre as ACEs quanto à abordagem ao paciente psiquiátrico, pois temiam a reação dos ?loucos? diante da presença de desconhecidos. As ações da equipe da unidade e seu aparente destemor e simpatia pelos pacientes serviram de exemplo para as ACEs e amainaram seus receios. A participação da família era considerada imprescindível para o sucesso do tratamento, sendo incentivada a expressar opiniões, dúvidas, além de assistir a palestras educativas. Ver o doente psiquiátrico como membro de uma família, tornou-o mais humano e real aos olhos das ACEs, desmistificando a imagem preconizada de um paciente fora de controle. A equipe multiprofissional realizava reuniões clínicas onde relatavam suas experiências e percepções sobre o estado e evolução de cada paciente, reavaliando ou construindo planos de ação específicos.CONCLUSÃO:Ao final da prática, as ACEs adquiriram uma nova visão do que é o transtorno psíquico e o paciente psiquiátrico. Além de compreenderem o papel do enfermeiro na manutenção da ética e humanização na rotina do setor. Observaram também que ainda há muito a melhorar, como a necessidade de um terapeuta ocupacional e maiores investimentos em infra-estrutura, o que não diminuiu o impacto da experiência nas suas vidas acadêmicas.