Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CARACTERIZANDO-A SEGUNDO DADOS DA OCORRÊNCIA
Autores
MAYARA DE SENA BEZERRA (Relator)
ARIANE CEDRAZ MORAIS
THIAGO SENA DE MIRANDA
MARHLA LAIANE DE BRITO ASSUNÇÃO
THAISE VIEIRA DE ANDRADE
Modalidade Comunicação coordenada
Área Ensino e pesquisa
Tipo Pesquisa

Resumo
A violência contra a mulher é uma questão sócio-cultural presente nas mais diversas comunidades. Na maioria das sociedades primitivas, a mulher tem o papel de ser inferior ao homem, submissa e sem nenhum direito. Mesmo após grandes conquistas das mulheres no meio social, a violência contra elas continua como um grave problema de saúde pública. O fator cultural também caracteriza a violência contra a mulher. Segundo a Organização Mundial de Saúde nas sociedades onde o homem é o detentor do poder econômico, aumenta o risco da mulher sofrer alguma agressão, pois neste caso, a mulher estaria subordinada a figura masculina e esse quadro se agrava se a mesma não tem acesso à informação que permitam o entendimento de seus direitos enquanto cidadã. O objetivo do estudo foi identificar os dados da ocorrência através de fontes secundárias, obtidas no arquivo do Instituto Médico Legal (IML), onde se dispõe a Ficha de Perícia Traumatológica, que é preenchida à medida que a vítima é encaminhada ao exame de corpo delito quando deste ato violento resultou-se em lesões corporais e/ou debilidade, perda ou inutilização do membro corporal. Esse estudo foi realizado no IML da cidade de Petrolina - PE em 2008. Foi utilizada uma amostra de 455 fichas, onde se buscou identificar a violência segundo características da ocorrência como: local da ocorrência, meio da agressão, assistência hospitalar e se houve agressão anterior. Diante da análise dos resultados, observou-se que a maioria das mulheres (53,4%) sofreu agressão em suas residências, 31,5% são agredidas em via púbica, 2,7% na residência do agressor e 12,4% foram agredidas em outros locais. Em 57,5% dos casos, a vítima foi agredida através de meios contundentes, 4,0% por armas brancas, 1,0% por arma de fogo 7,0% por outros meios e 29,5% esse dado foi ignorado. Observou-se também que em apenas 17,3% as mulheres procuraram assistência hospitalas e 28,5% não procuraram, em 48,9% dos casos, esse dado foi ignorado. Constatou-se que em 95,8% dos casos, a vítima já havia sofrido agressão anterior, um dado de grande relevância para pesquisa. Pode-se observar que a violência contra a mulher é uma questão sócio-cultural e um sério problema de saúde pública, cujo combate e prevenção dependem da formação de uma sociedade responsável e interessada a exercer sua cidadania.