Anais - 13º CBCENF

Resumos

Título O ENSINO DE SAÚDE MENTAL E A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: INSERÇÃO DO ACADÊMICO NOS SERVIÇOS SUBSTITUTIVOS
Autores
DANIELLE SOUZA SILVA VARELA (Relator)
ANDIARA ARAÚJO CUNEGUNDES DE BRITO
JOÃO PAULO DE MORAIS PEREIRA
NIEDJA KAROLINE SOUZA ANDRADE
DULCIAN MEDEIROS DE AZEVEDO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Ensino e pesquisa
Tipo Relato de experiência

Resumo
A enfermagem psiquiátrica teve suas práticas profissionais regidas, por muito tempo, pelos paradigmas dominantes da psiquiatria clássica, os quais incluíam o controle, a vigilância e a punição no espaço do manicômio. A partir da Reforma Psiquiátrica e dos serviços substitutivos em saúde mental, estas práticas tornam-se insuficientes e inadequadas para o tratamento/acompanhamento do portador de sofrimento psíquico e sua família. Tal fato aponta para a reorientação do ensino de enfermagem em saúde mental/psiquiatria, a fim de promover uma efetiva mudança no processo de trabalho e na produção dos serviços de saúde. Objetivou-se relatar a captação da realidade efetuada num serviço substitutivo, escolhida como instrumento de aproximação com a atual política de saúde mental. Trata-se de um relato de experiência vivenciado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III do Município de Caicó-RN, em maio de 2010, na disciplina Políticas Públicas de Saúde Mental, Curso de Graduação em Enfermagem, Campus do Seridó (UERN). A captação foi subsidiada pelas discussões em sala de aula, através da discussão do fenômeno da loucura e da literatura científica pertinente. Inscrito num contexto de reestruturação da rede de saúde mental do município, o CAPS III foi fundado há 1 ano em substituição ao antigo manicômio, como referência para toda região do Seridó, atendendo 250 usuários. A estratégia de captação permitiu conhecer a estrutura física, recursos humanos, modo de funcionamento e algumas dificuldades enfrentadas. O CAPS III possui 10 leitos para acolhimento/internamento; uma equipe multidisciplinar composta por 26 profissionais de saúde e afins, funcionando diariamente nos três turnos. Foi percebida a relação humanizada profissional-usuário e a liberdade em aderir/participar voluntariamente das atividades terapêuticas, uma das principais atitudes que redimensionam a assistência aos portadores de sofrimento psíquico. As dificuldades enfrentadas pelo serviço apontaram para a resistência da sociedade e da família em participar e contribuir nas estratégias de reabilitação psicossocial dos usuários. A captação culminou com a socialização da experiência vivenciada em sala de aula, relacionando com a realidade de outros serviços substitutivos. Nesta experiência, o ensino teórico-prático-teórico foi elencado como principal método de aproximação com o novo modelo substitutivo, possibilitando a incorporação de novos saberes e práticas pelos acadêmicos de enfermagem.