A promoção da equidade em saúde necessita de subsídios da participação popular e do controle social, para a sua efetivação e eficácia. O Planejamento e Programação Local em Saúde (PPLS) constitui-se como uma estratégia importante para a aplicação da equidade no nível da Vigilância à Saúde, na Atenção Primária, visto, seu caráter focal de identificação, análise e enfrentamento de problemas. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Como objetivo, pretende descrever percepções e experiências obtidas acerca da participação popular no processo de construção do PPLS da Unidade de Saúde da Família Vila Jacaré, município de Juazeiro-BA, as vivências descritas ocorreram durante a disciplina Estágio Supervisionado I, entre o período de 05 a 10 de abril de 2010. Durante a vivência em questão foi possível experimentar prática crítico-reflexiva com a comunidade no que tange a identificação de problemas da mesma, análise destes e formulação de estratégias para saná-los, sendo o momento considerado constritivo e um avanço positivo, visto, sua essência democrática e participativa. Entretanto, durante esse processo existiram alguns entraves, como por exemplo, o número reduzido de atores sociais ativos, assim como, a pouca autonomia e experiência dos mesmos diante da realização das atividade, o que, evidenciou o pouco engajamento da comunidade no exercício da participação popular e, igualmente, compreensão deficiente dos mesmos quanto ao conceito ampliado de saúde. Foi possível compreender também, com a experiência, que a automotivação, a autonomia e a participação ativa da população são imprescindíveis para que as ações de equidade em saúde, como o PPLS, sejam efetivas, e, que é necessário o estímulo à incorporação destas características aos valores éticos e políticos das pessoas, visando transição cultural e valorização da co-responsabilidade em saúde. Por fim, ressalta-se que a equidade na saúde depende da capacidade de identificação dos diferentes risco e agravos à saúde das pessoas e coletividades e que o planejamento local em saúde amplia o espectro de detecção destas vulnerabilidades a partir de uma participação popular, racionalizada e flexível. |