Anais - 10º CBCENF

Trabalhos

Título HEMODIÁLISE: PERCEPÇÃO DO PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA FRENTE AO SEU TRATAMENTO
Autores
ISABELA SILVA CANCIO VELLOSO (Relator)
NATÁLIA SOARES DE CAMPOS
WEDERSON GONÇALVES FERNANDES
ISABELA SILVA CÂNCIO VELLOSO
Modalidade Comunicação Coordenada

Resumo
A insuficiência renal crônica (IRC) é uma deterioração progressiva e irreversível da função renal na qual há uma falha orgânica que inviabiliza a manutenção do equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico, resultando em uremia ou azotemia, caracterizadas pela retenção de uréia e outros produtos de degradação nitrogenados no sangue. É considerada um expressivo problema de saúde pública por conduzir a elevadas taxas de morbimortalidade, uma vez que afetam pessoas de todas as faixas etárias, grupos sócio-econômicos, étnicos, culturais e raciais. Os tratamentos visam a aumentar a sobrevida do paciente, uma vez que não há cura para a IRC. Frente à complexidade dessa doença, do tratamento agressivo a que o indivíduo é submetido e das mudanças e transformações que possivelmente ocorrerão em sua vida, este estudo propõe conhecer conhecer o impacto da IRC no cotidiano das pessoas em tratamento hemodialítico. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, no qual os sujeitos da pesquisa foram onze pacientes em tratamento hemodialítico por pelo menos seis meses, em uma clínica privada de hemodiálise de Belo Horizonte. Os dados foram coletados através de entrevista de roteiro semi-estruturado, que foram gravadas e transcritas na íntegra para posterior análise dos dados. Na análise, foi possível observar as diversas alterações que ocorrem no cotidiano dos pacientes portadores de IRC, dentre elas: isolamento social, alterações laborais, dependência da previdência social, perda de autoridade no contexto familiar, afastamento de amigos, limitação de atividades de lazer com dificuldades para passeios e viagens prolongados em razão da periodicidade das sessões de hemodiálise. O tratamento hemodialítico traz para o doente conflitos a respeito de dependência e independência, além de um sentimento dialético entre o as limitações do viver e o medo de morrer. O trabalho obedeceu aos preceitos da resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde.