A desnutrição infantil é uma das principais causas de morte em crianças no nordeste (UNICEF, 2002). A prevenção e o combate envolvem políticas básicas de saúde buscando melhores condições sanitárias, estratégias sociais envolvendo a família e a sociedade. Diante da realidade observada, os autores do Programa de Atenção Básica no município de Lagoa Grande - distrito de Vermelhos fizeram uma triagem clínica das crianças da região referida para um cadastramento e posterior beneficiamento das mesmas com as ações do referido trabalho. Foi realizada a pesagem destas a fim de selecionar as que apresentavam baixo peso ou desnutrição mais graves e maior necessidade de acompanhamento para uma melhoria de seu estado. A partir deste evento, observou-se que 36,7% estavam desnutridas ou em situação de risco na sede e que 42,8% apresentavam as mesmas condições supracitadas na zona rural. Posteriormente, houve o atendimento das crianças cadastradas, a partir do qual pôde-se relacionar os fatores que contribuem e/ou intensificam o processo de desnutrição. Dentre os principais estão: o grau de instrução materna, as condições sócio-econômicas e as sanitárias. A instrução das mães influencia na carência nutricional, uma vez que, a falta de orientação sobre a importância do aleitamento materno exclusivo e o eventual processo de desmame. Somando-se a isto, a precária condição econômica propicia o aparecimento da chamada desnutrição do filho mais velho. Esta é conseqüência da percepção da mãe, que vê o filho menor, em fase de crescimento, como mais necessitado pelo alimento diminuindo ou até mesmo retirando o alimento do mais velho, desencadeando, assim, a carência nutricional deste. As precárias condições sanitárias implicam no aparecimento de parasitoses que debilitam ainda mais a saúde das crianças. A realização de tais atividades forneceu subsídios importantes para a erradicação da desnutrição e, consequentemente, a melhoria da qualidade vida das crianças. |