No Nordeste, o câncer de colo uterino representa a segunda causa de mortalidade bruta entre as neoplasias malignas para a população feminina. Estes óbitos podem ser evitados pela detecção precoce das alterações celulares pré-neoplásicas, as quais podem ser rastreadas pelo Teste Papanicolaou. Este estudo trata-se de uma pesquisa básica, descritiva e exploratória, de abordagem qualiquantitativa, com objetivo de identificar o significado do Exame Preventivo para usuárias da Estratégia de Saúde da Família. A amostra foi composta por 150 mulheres residentes em Juazeiro-BA. Como estratégia teórico-metodológica, adotou-se a análise temática de Bardin, observando as normas da ABNT. Foram respeitadas as premissas éticas baseando-se na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quanto à caracterização da amostra, 91,3% das entrevistadas estava entre 20 e 60 anos, idade preconizada para realização do Exame Preventivo; 48% eram casadas; 44% possuíam o ensino fundamental incompleto; e 84,6% referiram ter renda familiar de até 2 salários mínimos. A análise das falas mostrou que o principal tema-eixo foi a importância do Exame Preventivo. As opiniões puderam ser agrupadas em cinco categorias temáticas: Necessidade de saúde da mulher; Prevenção; Detecção; Prevenção e detecção; e curativista/medicalizador. Apesar da percepção consensual do Exame como relevante, algumas entrevistadas demonstraram uma visão equivocada quanto às suas finalidades. Estas concepções estão ancoradas na cultura curativista/positivista, reflexo do clássico modelo hospitalocêntrico centrado na doença e na demanda pelos serviços de saúde apenas quando necessário, ou seja, ao início de alguma sintomatologia. Logo, este aspecto remete à necessidade de discussão permanente entre usuários e profissionais sobre a verdadeira lógica da Estratégia de Saúde da Família, com enfoque na promoção da saúde e prevenção de agravos.
UNITERMOS: saúde da família; teste de papanicolaou; percepção.
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