Atualmente, a prevenção secundária do câncer do colo uterino tem se concentrado no rastreamento de mulheres sexualmente ativas através do exame citopatológico do colo uterino, ou teste de Papanicolaou, o qual é realizado majoritariamente em nível de atenção básica. Entretanto, nem sempre esta assistência é prestada de maneira devida, contribuindo para índices ainda consideráveis de não submissão ao procedimento. Assim, torna-se imperativo a auto-avaliação constante dos profissionais engajados no nível primário de saúde, para assim (re)discutirem condutas na realização deste exame. Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, de natureza básica e abordagem qualiquantitativa, com objetivo de identificar como os enfermeiros percebem sua própria assistência com relação ao Exame de Papanicolaou. A amostra consistiu em 37 profissionais do Programa de Saúde da Família de Juazeiro-BA. Foram considerados os aspectos éticos instigados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, assim como as normas técnicas da ABNT. Os dados foram tabulados sob a forma de percentuais descritivos simples e analisados sob a luz de textos acerca das temáticas: teste de Papanicolaou e humanização da assistência. A idade dos enfermeiros variou de 24 a 61 anos e 70,3% possuíam especialização. Quanto à avaliação de sua própria assistência no tocante ao esclarecimento prestado sobre o exame, e à assistência municipal referente ao mesmo aspecto, 95% e 83,8% dos enfermeiros consideram-nas bom/ótima, respectivamente. Cerca de 60% acredita que os profissionais de saúde, de alguma maneira, podem ser violentos com a mulher, e apenas um profissional referiu não explicar às mulheres os cuidados prévios ao exame e o significado dos mesmos. Logo, evidencia-se que os enfermeiros se avaliam positivamente, a despeito de 40% não se reconhecerem como possíveis desveladores da violência institucional.
UNITERMOS: programa de Saúde da Família; teste de papanicolaou, qualidade dos cuidados de saúde.
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