A artrite séptica é uma doença aguda agressiva, de alta morbidade, que pode comprometer o organismo de forma sistêmica importante. O objetivo deste trabalho foi relatar o tratamento de uma artrite séptica, em um paciente renal crônico. O diferencial para o sucesso do tratamento foi a interação multiprofissional que articulou ações a fim de promover uma assistência integral e eficiente. Relato do caso: BDF, 70 anos, masculino, surdo, clareza de fala, hipertenso,IRC, mobilidade prejudicada e dor máxima em escala numérica de 0 a 10, encontrava-se internado no Hospital das Clínicas. Relatou o aparecimento de uma ferida na região maleolar esquerda, infectada por Staphylococus aureus, que apresentava área de 56 cm2, tecido necrótico, exposição de tendões e estrutura articular, exsudato e granulação nas bordas. A condição gerava dor intensa no local da lesão, estendendo-se à região perilesional e espalhando-se por todo o membro, descrita como horrível, agravada pela manipulação da ferida e mudança de posição, levando-o a posicionamento vicioso e agressividade. Aos poucos os educandos ganharam a confiança do cliente, que passou a colaborar e a comunicar-se de forma escrita. A terapia tópica da lesão foi modificada, incluindo limpeza exaustiva com soro fisiológico 0,9%, aquecido e em jato e cobertura com alginato de cálcio em gel e ácido graxo essencial na pele perilesional. O cuidado contínuo permitiu que o cliente recuperasse a mobilidade. A interação das equipes permitiu alterações significativas no plano de cuidados. Considerações: apesar do longo tempo a terapia tópica foi satisfatória. A cobertura utilizada mostrou-se eficiente na proliferação de tecido de granulação, desbridamento e conforto na oclusão da lesão e nas trocas de curativos. A comunicação escrita implementada foi importante para a educação em saúde e aceitação do tratamento. A melhora na mobilidade permitiu o auto-cuidado. O cliente teve alta hospitalar recebendo orientações sobre a integridade da pele. |