A hipertensão arterial é conceituada pelo III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos. A avaliação da pressão arterial na criança ainda não atingiu o mesmo nível de importância da avaliação clínica de adultos. Nos últimos anos este panorama modificou-se gradativamente devido aos fortes indícios científicos de que a hipertensão arterial do adulto é uma doença que se inicia na infância. Diante dessa perspectiva, esse estudo tem como objetivo comprovar a importância da incorporação da medida da pressão arterial como parte dos cuidados básicos para as crianças. A amostra foi constituída por 50 crianças, com idades entre 9 e 13 anos. Como técnica de coleta de dados, utilizou-se a entrevista semi-estruturada, com um questionário que abordou questões sócio-econômicas, hábitos alimentares, prática de atividades físicas, antecedentes familiares para hipertensão arterial, entre outros. Em seguida aferiu-se a pressão arterial dos participantes. Os resultados revelaram que, em relação aos antecedentes familiares, 20 % relataram possuir hipertensão. Quanto aos hábitos alimentares foi observada uma dieta hipersódica e hipercalórica. Foi possível identificar, que 30 % da amostra apresentou pressão arterial alterada o que revela um número significativo de crianças com índices pressóricos fora do padrão de normalidade. A incorporação dessa medida como parte do exame físico da criança, possibilitou a detecção das elevações discretas da pressão arterial. Assim pesquisas sobre pressão arterial na criança podem contribuir para o esclarecimento da etiologia da hipertensão durante a vida adulta explorando os fatores que determinam a elevação da pressão arterial com a idade e apontar possibilidades de prevenção da doença. Unitermos:Hipertensão Arterial, Saúde da criança, Saúde pública.
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