INTRODUÇÃO: A denominação consulta de enfermagem já era praticada na década de 20, como entrevista pós-clínica, direcionada especificamente ao atendimento de mulheres portadoras de doenças sexualmente transmissíveis, posteriormente, estendeu-se a clientes portadores de tuberculose, gestantes e mães; todavia, os moldes de compreensão e utilização desta ação eram diferentes do que hoje possa ser entendido como "consulta de enfermagem". A consulta de enfermagem foi legitimada como atividade privativa do enfermeiro a partir de 1986, com a aprovação da Lei do exercício profissional 7.498/86 e o decreto 94406/87. OBJETIVOS: Identificar dificuldades do enfermeiro ao implementar a consulta de enfermagem; Descrever a qualidade da consulta de enfermagem; Demonstrar a importância do enfermeiro, de prestar uma assistência diferenciada dos demais componentes da equipe de saúde. METODOLOGIA: Estudo exploratório qualitativo, realizado em Unidade Básica de Saúde de Vila Velha, com 10 (dez) enfermeiros escolhidos aleatoriamente. O instrumento de coleta de dados foi um formulário de 17 questões, sendo que da 1 a 6 foram questões relacionadas com dados de identificação, e da 7 a 17 questões relacionadas ao tema. Os enfermeiros, após aceitarem participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, segundo a Resolução 196/96 que dispõe sobre ética em pesquisas em seres humanos. A análise foi através de leituras flutuantes, considerando um núcleo central, nas respostas, para formulação das unidades temáticas. RESULTADOS: Os entrevistados mencionaram que a consulta de enfermagem traz um diferencial na atuação deste profissional, sendo evidenciado na satisfação do usuário, o enfermeiro torna-se referência nos retornos de consultas subseqüentes, há maior adesão ao tratamento por parte dos usuários, há um impacto nos prontuários, tornando-os completos e ainda há maior resolutividade nos problemas levantados. No entanto, ressaltam que fazer consulta de enfermagem é complexo, tendo em vista, a não existência de área física com privacidade e a dificuldade no relacionamento enfermeiro/paciente. Ainda obteve-se como resultado: CONCLUSÃO: A consulta de enfermagem é percebida como um diferencial para a maioria dos entrevistados, no entanto, notou-se que a falta de espaço físico para a realização desta prática podem desmotivar o enfermeiro. Observou-se que a consulta de enfermagem, está sendo conquistada pela enfermagem como espaço específico de sua atuação. É preciso que os enfermeiros possam transformar cada vez mais esta atividade em necessidade sentida pela população e pelos gestores de saúde, por conseqüência, uma conquista de espaço.
REFERÊNCIA:
SANTOS, A. S. Consulta de enfermagem aspectos teóricos e práticos: um convite à reflexão. Uni ABC, Santo André. São Paulo, v.2, n.15, p. 57-74, 2000.
REIS, M. C. S.; SENA, R. R. A consulta de enfermagem no programa Saúde da Família. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Escola de Enfermagem Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 199-?.
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