Há dificuldades na assimilação de conceitos de promoção em saúde por crianças e adolescentes; não basta apenas transmitir informações, é necessário que se constituam em aprendizagens significativas. Desta forma, a utilização de histórias e vídeos infantis e juvenis colabora com a promoção da saúde junto a estes segmentos. Tal atividade vem sendo implementada no Projeto de Extensão/UFF desde 2006, nas escolas, creches e comunidades em Niterói/RJ, com a Coordenação da docente da disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva I/EEAAC/UFF/MEP. Utilizou-se a Pesquisa-Ação como metodologia, de forma qualitativa, desenvolvendo o referencial teórico fundamentado em Paulo Freire in Berbel (1993), quanto à pedagogia da problematização e metodologia participativa e dialogal. A pedagogia da problematização freireana considera que o indivíduo conhece realmente algo quando é capaz de transformar sua realidade a partir de sua inserção na mesma. Utilizamos o referencial da promoção da saúde conforme as diretrizes estabelecidas pela Carta de Ottawa (OMS, 1986) e pautadas no desenvolvimento das potencialidades humanas e de transformação da realidade. Reportando-nos à promoção da saúde, tem-se o incremento do poder (empowerment) comunitário e pessoal, através de desenvolvimento de habilidades e atitudes, para atuar em prol de sua saúde e favorecendo a consciência crítica. O método educativo de Paulo Freire é uma relevante contribuição para estes programas comunitários, denominando-se empowerment education (Pereira, 2003). Concluímos que a utilização desses recursos didáticos possibilita a construção de conceitos e concepções de saúde; tornando os atos de historiar/debater recursos de sensibilização, posto que o ato de contar e ouvir histórias e ver/discutir vídeos fazem parte da realidade do mundo infanto-juvenil, entretanto não são habitualmente "trabalhados" pelas famílias e/ou instituições escolares. |