Apesar de todo o incentivo em torno da amamentação, a prevalência e a duração do aleitamento materno continuam distantes do ideal preconizado. Aliada a isso, a técnica de sucção inadequada é fator importante de desmame precoce, por levar a desconforto para a criança e a escoriações e fissuras mamárias na nutriz. Dessa forma, um importante pilar no manejo da lactação, que tem papel básico na prevenção de problemas, é a aprendizagem de como amamentar, com ênfase no posicionamento, pega e sucção efetivas. Nesta perspectiva, este estudo transversal, descritivo e qualiquantitativo, possui como estratégia metodológica a observação participativa e tem por objetivo geral analisar a técnica e a interação mãe-bebê durante a amamentação. A observação da mamada foi orientada por um instrumento modificado por Figueira et al. (2004). A amostra constituiu-se por 50 nutrizes que procuraram a consulta de egresso em um ambulatório de puericultura de um hospital-escola, situado no bairro da Cidade Universitária, no município de Recife-PE, durante o mês de junho de 2006. Os critérios de elegibilidade foram: estar com até 15 dias de pós-parto e ser mãe de recém-nascido a termo. O estudo mostrou que 62% das nutrizes oferecem ambas as mamas; 86% amamentam em livre demanda; e 72% ofertam o leite posterior às mamadas. Quanto à posição e pega durante o aleitamento, 59,5 % e 51,4%, respectivamente, as fizeram de maneira adequada. A interação mãe-bebê aparentou-se satisfatória em 80% dos momentos observados. Avalia-se que a despeito de percentuais satisfatórios na maioria das variáveis, os aspectos técnico-interacionistas devem ser mais trabalhados para minimizar o desmame precoce por inadequações na mamada, sobretudo no tocante à pega (48,6% inadequadas). Logo, o aleitamento não deve ser instigado apenas como um processo fisiológico de nutrição, mas envolver padrões mais amplos de comunicação psicossocial entre a mãe e bebê.
UNITERMOS: mulheres; amamentação; relações mãe-filho.
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