Anais - 10º CBCENF

Trabalhos

Título PERPETRAÇÃO DA VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL EM SERVIÇOS DE SAÚDE: IDENTIFICANDO ELEMENTOS NA ATENÇÃO BÁSICA
Autores
MICHELLE CHRISTINI ARAÚJO MASCARENHA (Relator)
ALINE OLIVEIRA DOURADO
CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO
JÉSSYCA NATHIELLY BARBOSA SANTOS
NADIRLENE PEREIRA GOMES
Modalidade Poster

Resumo
A violência institucional em serviços de saúde pode ser conceituada como toda forma de desrespeito, objetiva ou não, praticada pelos profissionais/serviços de saúde em relação ao usuário. Para seu enfrentamento, torna-se necessário a compreensão de que as práticas violentas, muitas vezes, emergem enquanto reflexo de outros fatores macro-estruturais. Logo, condições de trabalho que violentam de alguma forma os profissionais podem culminar ciclicamente em uma atenção desumanizada. Este trabalho trata-se de um estudo descritivo, de natureza básica e abordagem qualiquantitativa, com objetivo de identificar e compreender elementos na atenção básica associados à perpetração do ciclo da violência institucional. O lócus da pesquisa consistiu em unidades da Estratégia de Saúde da Família no município de Juazeiro-BA, sendo os sujeitos 37 enfermeiros assistencialistas atuantes na atenção básica e representando cerca de 70% desta categoria em nível de atenção primária municipal. O instrumento para coleta de dados consistiu em formulário semi-estruturado, ao passo em que foram observadas as normas da ABNT e os aspectos éticos baseando-se na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A idade dos enfermeiros variou de 24 a 61 anos e 70,3% possuíam especialização. Destaca-se que 35% dos enfermeiros possuíam outro vínculo empregatício e 51,3% acreditam que o número de profissionais de suas unidades é insuficiente, relacionando-se a demandas excessivas e atendimentos rápidos e irresolutos. Quase 40% da amostra afirmou não ter participado de nenhuma capacitação acerca da Humanização, o que evidencia lacunas no direcionamento da Educação continuada em saúde, a qual vem se centrando em formar tecnicistas acima de protagonistas sociais; e 8% deles já se sentiram violentados por sua instituição, correlacionando-se à desmotivação profissional que gera atendimentos fragmentados e medicalizadores. UNITERMOS: enfermagem; programa de Saúde da Família; humanização da assistência.