A utilização das propriedades curativas das diversas partes das plantas medicinais já faz parte da história da humanidade. A má qualidade destes produtos coloca em risco a saúde da comunidade consumidora. Assim, o objetivo desse trabalho que seguiu os termos da Associação Brasileira de Normas Técnicas, foi avaliar a qualidade dessas plantas medicinais comercializadas por raizeiros (vendedores ambulantes) em Dourados, MS. Vinte e cinco raizeiros de um total de vinte e nove foram aleatorizados e questionados quanto a época de coleta, a procedência e o nome das plantas mais comercializadas. Foram amostrados dez tipos distintos de plantas ou suas associações embaladas para avaliar o peso, a rotulagem e a quantificação de fungos e leveduras presentes nessas amostras. Foi constatado que o fluxo de comercialização varia conforme o dia do mês (pagamento de aposentados); época do ano (variações de temperatura e umidade relativa do ar) e reportagens exibidas na grande mídia (modismos). Constatou-se ainda que os raizeiros exercem ilegalmente sua função considerando a falta de autorização expedida pela vigilância sanitária, instalam-se em local inapropriado (esquinas das calçadas e vias públicas) em condições precárias e desconhecem a procedência das plantas medicinais comercializadas, uma vez que são adquiridas de terceiros (atravessadores). Verificou-se ainda que as informações contidas nos rótulos são incorretas e incompletas por, dentre outros, não relatarem as contra indicações e a posologia adequada. O peso especificado nas amostras analisadas não reflete o teor de conteúdo atingindo até a metade do indicado (chá verde 50g, peso real 25g). A análise do material revelou presença de expressiva quantidade de fungos e leveduras sendo incontáveis nas amostras sem diluição. Para as diluições foi obtido valor de: UFC 4,24x106/g, muito alto para os padrões microbiológicos .
Palavras-Chave: Plantas medicinais, raizeiros, saúde da população.
|