O abortamento é um tema bastante polêmico no mundo, e representa um grave problema de saúde pública em países em desenvolvimento, inclusive no Brasil cuja prática sempre esteve presente em todas as épocas da historia, sendo tratado de acordo com a sociedade e seu momento histórico. Assim, este estudo teve por objetivo conhecer os riscos e agravos à saúde física e mental de mulheres profissionais do sexo que vivenciaram sucessivos episódios de abortamento. A pesquisa teve natureza exploratório-descritivo com abordagem quanti-qualitativa, embasada em referencial bibliográfico pertinente à temática, através de um roteiro de entrevista do tipo semi-estruturado, realizado na Associação das Profissionais do Sexo da Paraíba - APROSPB. A análise dos dados foi realizada a luz do discurso do sujeito coletivo. Ao final do estudo observou-se que não houve uma faixa etária prevalente, possuem como estado civil solteira, a escolaridade de maior percentual foi o 1º grau incompleto. Cerca de 57,1% das entrevistadas relataram ter renda mensal de 1 a 3 salários mínino, 70% não sentem dispareunia, 80% das profissionais procuram por consultas ginecológicas, sendo que 40% já vivenciaram episódios de abortamento, dos quais 80% dos episódios foram induzidos. A maioria 80% nunca realizou curetagem, e 90% relatem saber dos riscos à saúde frente ao abortamento, no total de 60% não tem uma equidade no atendimento à saúde, por fim 40% relataram péssima qualidade na assistência. É necessário efetivar as políticas públicas de saúde preconizadas no Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PAISM) afim de que esta população feminina tenha acesso universal, equitário e integral as ações de saúde como preconiza o Sistema único de Saúde (SUS), sobretudo no que diz respeito a prevenção do câncer de colo uterino e de mama que tanto atinge as mulheres deste pais.
Unitermos: profissionais do sexo, riscos, abortamentos.
|