A saúde, trabalho, bem-estar físico e mental são temas relacionados a percepções subjetivas os quais, nos últimos anos, têm sido explorados sob a luz do conceito do estresse. O local de trabalho pode apresentar fatores estressógenos que estão relacionados ao papel do profissional na instituição, no desenvolvimento da carreira, nas relações profissionais, estrutura e clima organizacional. Dentre os efeitos avaliados pelo estresse destacam-se a avaliação dos transtornos mentais comuns (TMC). Tais sintomas acabam por influenciar no desempenho dos profissionais e contribuindo para o absenteísmo. Este estudo objetivou conhecer a prevalência de TMC e fatores associados. O cenário foi hospital terciário localizado no município do Rio de Janeiro. Participaram do estudo epidemiológico seccional 1008 trabalhadoras. O instrumento de coleta dos dados incluiu informações sócio-demográficas e sobre características do trabalho. Os TMC foram avaliados por meio do Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Foram encontradas prevalências estatisticamente mais elevadas entre aquelas com até 41 anos (52,3%); entre quem referiu não possuir filhos (52,3%); com vínculo empregatício temporário (54,7%) e de escolaridade superior (60,2%), entre as trabalhadoras do turno diurno 46,9%. Identificou-se prevalência ligeiramente elevada de TMC entre profissionais com carga horária acima da média semanal (51,2%). Trabalhadoras que: "não conseguem parar de pensar no trabalho durante a folga" apresentaram prevalências de 70,7%. Embora tenham sido identificadas prevalências mais altas de TMC entre os auxiliares (64,8%) do que entre enfermeiros (28,1%) e técnicos (7,0%) esta associação não se mostrou estatisticamente significante (p=0,329). O estudo expõe a necessidade de discussão sobre até que ponto o trabalho pode ser fonte de prazer ou sofrimento.
Unitermos: estresse, enfermagem, saúde mental
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