Introdução/Objetivo: O uso de medicamentos sem prescrição médica, pode mascarar doenças evolutivas, causar reações adversas e até mesmo óbitos. A Farmacovigilância, ferramenta utilizada pela rede dos Hospitais Sentinela, permite a identificação e prevenção dos efeitos adversos causados por medicamentos utilizados em uma população. Este estudo tem como objetivo traçar o perfil dos medicamentos utilizados por automedicação em pacientes admitidos nas clínicas de Infectologia e Clínica Médica no Hospital Universitário João de Barros Barreto que é integrante dessa rede. Metodologia: Através da farmacovigilância é aplicado um formulário de entrevista aos pacientes admitidos, e no período de outubro de 2006 a março de 2007 foram analisados 577 formulários Resultados: Dos 577 formulários analisados, constatou-se que 125 (21%) pacientes utilizaram medicamentos por conta própria. Dos medicamentos citados 23% foram utilizados como analgésicos, 15% como antitérmicos e 13% como antiinflamatórios, tendo a Dipirona, Paracetamol e Diclofenaco com maior representação, respectivamente. Os demais tipos somaram-se em 49%. Conclusão: O índice de automedicação 21% reflete o consumo indiscriminado de medicamentos agravados por diversos fatores, como a facilidade ao acesso em farmácias ou supermercados e a precariedade dos serviços de saúde. A banalização de transtornos menores como dores de cabeça e problemas inflamatórios em geral também merecem reflexão visto que o uso de antiinflamatórios sem receita médica foi detectado no estudo. A automedicação torna-se, portanto, um importante indicador utilizado na farmacovigilância para evidenciar hábitos de risco á saúde, possibilidades de interações medicamentosas e necessidade de esclarecimento à população sobre o uso racional de medicamentos.
Unitermos: Automedicação, Farmacovigilância, Medicamentos.
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