Anais - 8º CBCENF

Trabalhos

Título A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO E SEU REFLEXO NO MERCADO DE TRABALHO
Autores
CLÁUDIO ALVES PORTO (Relator)
CLÁUDIO ALVES PORTO
Modalidade Comunicação Coordenada

Resumo

O COREN-SP, preocupado com a situação atual relacionada com a Formação Profissional de Enfermagem, vem assumindo com determinação, intensa atuação nesta área, seja relacionada com o nível técnico, seja com o nível superior.

Estas ações são constituídas por reuniões com todas as Faculdades e Escolas do Estado, indistintamente, seja por meio de seminários, seja por meio de reuniões institucionais, buscando a consciência dos profissionais responsáveis pela condução do processo de Formação Profissional, para a urgente e inequívoca necessidade de se construir novos paradigmas.

Assistimos, no Estado de São Paulo, no primeiro semestre deste ano, ocorrerem iatrogenias em quantidade e gravidade de conseqüências superiores ao observado nos 12 meses anteriores.

Na verificação dos fatos, faz-se presente a evidencia de condutas, atitudes e posturas inadequadas ao exercício profissional livre e isento de riscos provenientes da imperícia, imprudência e negligencia profissional.

No aprofundamento da análise destes fatos, percebe-se claramente que estas distorções são presentes no processo ensino-aprendizagem da formação profissional, como segue:

SITUAÇÃO ATUAL:

· Plano de Ensino e projeto Pedagógico elaborado por Mantenedores leigos e/ou Diretores Pedagógicos, sem qualquer participação de Enfermeiro;

· Ausência de participação do Enfermeiro que responde pela Coordenação (RT) e dos Enfermeiros professores (teoria + estágios), da elaboração das competências a serem desenvolvidas pelo curso, provocando o distanciamento entre o processo ensino-aprendizagem e o produto deste;

· Coordenador de Enfermagem do Curso (RT) assumindo papel praticamente decorativo e descompromissado com o resultado do processo ensino-aprendizagem, sem mesmo comparecer à Escola, atendo-se a assinar papéis que lhe oferecem, até mesmo em branco, proporcionando distorções ético-profissionais graves;

· Processo seletivo de professores sem estar voltado para os objetivos do projeto pedagógico e dos objetivos disciplinares específicos;

· Professores (teoria + estágios) recém-formados sendo admitidos para o processo de formação profissional, sem que tenham vivência e/ou experiência profissional, participando de um processo de aprendizagem distante da prática e realidade do mercado de trabalho;

· Campos de estágios distantes dos objetivos disciplinares e do projeto pedagógico idealizado;

· Ausência do RT/Coordenador dos campos de estágios, impossibilitando a verificação dos resultados do processo ensino-aprendizagem e das condutas adotadas, seja pelo professor, seja pelos alunos;

· Professores de estágios desconhecem o projeto pedagógico e o plano de ensino existente, desconhecendo, inclusive, a própria Escola;

· Professores de estágios que não têm qualquer vínculo profissional e de limitado conhecimento em relação à disciplina assumida;


SITUAÇÃO ATUAL EM RELAÇÃO AOS CAMPOS DE ESTÁGIOS UTILIZADOS:

· Enfermeiro RT e Enfermeiro de Educação Continuada descompromissados com os objetivos dos estágios que são concedidos, desconhecendo Escola, Professores, Competências definidas, Plano Curricular e Disciplina fim, proporcionando a realização de estágios que não correspondem à disciplina, aos objetivos e competências definidas, e manobras escusas por parte das Escolas, com estágios sendo forjados e não desenvolvidos em sua plenitude;

· Pessoas leigas na profissão definindo a concessão de estágios, o que proporciona os vícios e ilícitos constatados contínua e persistentemente pela Fiscalização;

· Enfermeiro da Educação Continuada e RT desconhecem Competências definidas para o curso e estágio, desconhecem Grade Curricular, desconhecem professores;

· Campos de estágios distantes dos objetivos disciplinares e do projeto pedagógico idealizado;


CONSEQUÊNCIAS IDENTIFICADAS :