A assistência psiquiátrica brasileira vem sofrendo um processo de transformação, no qual se propõe a superação do modelo hospitalocêntrico em substituição progressiva por uma rede de serviços extra-hospitalares, exigindo assim uma nova postura dos profissionais de saúde que atuam nessa área. Pesquisa exploratório-descritiva com abordagem qualitativa, que teve como objetivo investigar as implicações do transtorno mental na vida de usuários
de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Fortaleza-CE,
no período de novembro/03 a maio/04.

Utilizaram-se as técnicas de observação sistemática e oficinas terapêuticas. Para coleta dos dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada, aplicada a 10 (dez) sujeitos portadores de transtornos mentais em tratamento no CAPS.

Os dados revelaram que os indivíduos vivenciam o sofrimento
e a angústia do ser com sofrimento psíquico, buscam modos de enfrentamento
das situações do cotidiano, reconhecem a existência do estigma da doença mental, almejam a aceitação social através do trabalho e percebem a importância do apoio familiar.

Nesse contexto, o enfermeiro tem o papel de agente transformador, rompendo velhos paradigmas da assistência psiquiátrica e buscando meios alternativos e inovadores, a fim de minimizar as condições de abandono e submissão.

Portanto, as oficinas terapêuticas representam espaços
de convivência entre profissionais e usuários, favorecendo a troca de experiências e o fortalecimento das relações afetivas e sociais.

Concluiu-se que esse tipo de abordagem surge como uma ferramenta
útil e eficaz na tentativa de construção de um cuidar em saúde mental mais efetivo dentro do contexto da reabilitação psicossocial.