Os Conselhos de Saúde são espaços para a democratização da saúde e exercício do controle social, para tanto, instituíram capacitações devido às dificuldades encontradas pelos conselheiros de exercerem seu papel. Entretanto, o implemento das capacitações não é garantia de mudança na atuação dos conselheiros.

O estudo objetivou investigar o significado da capacitação na atuação do conselheiro, segundo sua percepção, apontando as mudanças ocorridas em sua atuação no Conselho após estas capacitações. Estudo transversal, de campo, descritivo e quati-qualitativo realizado no Conselho Municipal de Saúde de Esperança - PB, cuja amostra constitui-se de conselheiros de 2000/2004 com capacitação.

Os dados foram coletados através de entrevistas e analisados à luz da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo-DSC. Os resultados revelaram um conselheiro com 46 anos, 89% feminino, 55% com nível superior.
Os usuários tiveram maior representatividade (55%) e com 4 anos de atuação.
Quanto às capacitações, 55% possuíam apenas uma, cujos assuntos abordados eram pertinentes ao preconizado pelo Ministério da Saúde.

O DSC aponta que para alguns conselheiros as capacitações
contribuem para a sua atuação, demonstrado nas idéias centrais "adquiri conhecimento sobre o papel do conselheiro" e "conheci novas visões", o que para outros não teve relevância por não terem posto em prática.

Constatou-se na idéia central "deu-me segurança para opinar, debater e lutar" que houve mudanças na atuação do Conselheiro, todavia, para outro sujeito coletivo, as capacitações em nada modificou. Ressalta-se a necessidade de aperfeiçoar as capacitações, exposto nas idéias centrais "capacitações periódicas" e "novos temas para as capacitações".

Portanto, sugerimos um redirecionamento das capacitações objetivando sensibilizar os conselheiros de saúde quanto à importância de suas funções no controle social, e a criação de instrumentos reconhecidos que avaliem se de fato, as capacitações promovem mudanças no controle social.