As práticas sexuais precoces nas mulheres brasileiras associadas às grandes e violentas desigualdades de gênero que determinam altos índices de violência doméstica, negação do direito ao prazer, afirmação da submissão ao companheiro colocam-na em um quadro massacrante e cíclico de processos desfavoráveis para uma vida sexual favorável ,dos quais insere-se o fenômeno feminização da AIDS e sentirem com maior intensidade os impactos negativos da epidemia.
Os objetivos do estudo dirigirem-se para compreender as implicações que a soropositividade provoca nas relações amorosas/sexuais de mulheres soropositivas, utilizando a pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa, aplicando como instrumento a entrevista semi-estruturada às mulheres do Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital Escola Santo Inácio.
Os resultados encontrados nas experiências de 12 sujeitas, na faixa etária entre 21-49 anos de idade, heterossexuais, mães, esposas, provenientes de diversos municípios do estado do Ceará trouxeram experiências de profundo valor, produzindo reflexões, distantes do esgotamento.
Tratando-se dos arranjos amorosos vivenciados, fica claro que neste campo, as experiências amorosas-sexuais ganha um significado diferente e único para cada mulher, tendo a ver com a sua relação com o corpo, fantasias, desejos e medos, colocando a sexualidade diante da dialética entre generalização e especificidade.
Desta forma, a sexualidade, sendo uma experiência histórica e pessoal, coloca-nos desafios sobre a multiplicidade de questões que a envolvem e sobre as novas demandas impostas pelo HIV nas práticas relacionais, sendo necessário enxergar de forma inclusiva as particularidades, singularidades e necessidades daqueles situados neste universo, cuja sexualidade exige maior atenção para ser concebida de forma positiva e potencializadora.
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