Como muitas doenças crônicas, a Insuficiência Renal Crônica (IRC) apresenta natureza insidiosa, podendo arrastar-se assintomaticamente durante anos. Frente à falência do sistema renal, escalam-se como opções de tratamento a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. Dos tratamentos paliativos, a hemodiálise é o método mais realizado. Todavia, como método artificial, suscita modificações no estilo de vida, o que pode comprometer a qualidade da mesma. Nesta perspectiva, objetivamos traçar um perfil sócio-econômico, bem como identificar as expectativas de usuários em programa de hemodiálise quanto às mudanças no estilo de vida decorrentes da patologia e/ou tratamento. Trata-se de uma pesquisa descritivo- analítica, com abordagem quanti- qualitativa, baseada em dados primários e secundários, realizada no serviço de hemodiálise de um hospital público da cidade de Campina Grande- PB, durante o período de janeiro a abril de 2004. A amostra do estudo compôs-se por 21 dos 44 usuários assistidos pelo serviço de hemodiálise durante a coleta de dados. Os resultados obtidos foram categorizados, tratados e organizados em tabelas e gráficos utilizando-se, para tanto, o programa Microsoft Excel. A amostra caracterizou-se como predominantemente masculina (55%), com faixa etária entre 59 e 68 anos (25%), 55% casados. Quanto à presença de modificações, 75% relata seguir uma dieta balanceada e específica para sua patologia; destacam-se a hipertensão arterial (35%) e a cefaléia (50%) como os principais sintomas apresentados durante as sessões de hemodiálise, 90% dos usuários percebem modificações no seu estilo de vida e apenas 30% conhecem algo sobre sua patologia e/ou tratamento.
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