Considerando os avanços tecnológicos terapêuticos e diagnósticos direcionados ao recém-nascido de risco, uma significativa mudança surgiu no âmbito das infecções hospitalares, contribuindo para o aumento da morbimortalidade nessa faixa etária. Nesse quadro, visto um predomínio da sepse hospitalar, particularmente em neonatos submetidos ao tratamento intensivo, desperta-se o interesse em conhecer o impacto dessa infecção nesses pacientes. A pesquisa teve como objetivo geral levantar o número de casos de sepse hospitalar neonatal numa unidade de terapia intensiva de uma maternidade pública no município de São Luís-MA, relacionando os seguintes objetivos específicos: a) Investigar a relação entre sepse hospitalar neonatal e as variáveis sexo, peso ao nascer e idade gestacional; b) Caracterizar os procedimentos de risco associados; c) Quantificar os casos que evoluíram a óbito. Foi realizado um estudo descritivo de caráter retrospectivo, que ofereceu uma amostra de 25 recém-nascidos sépticos a partir de uma população de 39 casos de infecção hospitalar, de um total de 224 internações ocorridas, no período de março a julho do ano de 2004. Como instrumento de coleta, utilizou-se um questionário individual que foi preenchido pela própria autora da pesquisa, conforme as informações presentes nas fichas de vigilância epidemiológica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e no livro de registro de movimentação, referentes à unidade de terapia intensiva estudada. Os objetivos foram alcançados, observando-se que a sepse hospitalar atingiu a maioria (64,1%) dos recém-nascidos acometidos por infecção hospitalar, assumindo a liderança na população avaliada. Quanto ao sexo, peso ao nascer e idade gestacional, foi constatado um predomínio de sepse hospitalar, respectivamente, em 56% (masculino), 52% (peso = 1500g) e 88% (pré-termos). Em relação aos procedimentos de risco associados, o cateterismo venoso periférico, igualmente à sondagem naso/orogástrica, foi o procedimento mais freqüentemente realizado, com um percentual de 96%. Na avaliação da mortalidade ocorrida, verificou-se que 16% dos casos evoluíram a óbito. Diante desses resultados, conclui-se que a sepse hospitalar neonatal ainda constitui a principal infecção adquirida numa unidade de terapia intensiva, ameaçando gravemente esses pacientes. Tal realidade foi claramente observada no campo pesquisado.
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