Anais - 12º CBCENF

Resumos

Título TRANSTORNOS MENTAIS: DA RELIGIOSIDADE E EXCLUSÃO AOS DIREITOS EM SAÚDE
Autores
JUCÉLIA CAVALCANTE RODRIGUES DA SILVA (Relator)
REGINA SANTOS DANTAS
MARIA DO SOCORRO AQUINO FREIRE DE SÁ
MURILO CANDIDO DO MONTE DAMASCENO
ANA PATRÍCIA LIMA DE OLIVEIRA
Modalidade Pôster
Área Integralidade do cuidado
Tipo Pesquisa

Resumo
Ao longo do tempo o significado da loucura vem sendo abordado de maneiras diferentes, guiados pelas mudanças no contexto cultural, científico e religioso da sociedade. Nesse contexto, este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório que tem como objetivo traçar um perfil histórico acerca da exclusão dos portadores de transtornos mentais no que se refere aos direitos à integralidade na saúde. Observamos em nossas pesquisas que, no início, os transtornos mentais eram encarados como fenômenos sobrenaturais ou eventos divinos. Se na Grécia antiga a loucura era considerada algo positivo, não sendo considerada uma doença, na era cristã a loucura, sob a ótica da religiosidade, passou a ser tratada como uma manifestação das forças do mal. No período da Reforma Protestante persistiu o caráter de religiosidade ligado à loucura, a partir daí ocorreram mudanças significativas no sistema produtivo, onde o indivíduo considerado louco passou a ser visto como improdutivo e indesejável, sendo assim excluído da sociedade. No século XVIII a loucura passou a ser vista como uma doença e surgiu a idéia inicial de libertação dos loucos do internamento. A Reforma Psiquiátrica, com a lei 10.216/2001 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de atenção básica e dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não estabelece mecanismos claros para a efetiva extinção dos manicômios. Neste sentido, a criação dos Centros de Atendimento Psicossociais – CAPS assumem relevante papel no acompanhamento e tratamento destes pacientes, pois se propõe a estabelecer um atendimento digno e integral. Em suma, são necessárias ainda muitas mudanças, sobretudo culturais, para tornar os portadores de transtornos mentais cidadãos inclusos nos processos produtivos e de consumo.