Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO DA TUBERCULOSE ENTRE A POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DO NORTE DO BRASIL
Autores
MELISANE REGINA LIMA FERREIRA (Relator)
RAFAELE OLIVEIRA BONFIM
TATIANE CABRAL SIQUEIRA
NILDA DE OLIVEIRA BARROS
NATHALIA HALAX ORFÃO
Modalidade Pôster
Área Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo Pesquisa

Resumo
O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é reconhecido como um elemento chave para o fortalecimento da adesão da População Privada de Liberdade (PPL) ao tratamento, prevenção da Tuberculose Drogarresistente (TB-DR) e a redução dos desfechos desfavoráveis, tais como o abandono, aumentando a taxa de cura. Neste sentido, este estudo buscou analisar a realização do TDO entre a PPL no complexo penitenciário de Porto Velho – RO, no período de 2012 a 2016. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal e abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no Sistema de Notificação de Agravos Nacional (SINAN) por meio de um levantamento das variáveis clínicas (tipo de caso), sociodemográficas (doenças e agravos associados), e do tratamento (regime de tratamento do TDO e encerramento dos casos) da PPL portadora de TB notificada no complexo penitenciário do município. Posteriormente, foram analisadas por distribuição de frequência, após atendidos os preceitos éticos. Durante o período previamente selecionado, foram notificados 356 casos de TB entre a PPL no município, dos quais 256 (71,9%) foram no complexo penitenciário. Destes, somente 13 (5,1%) eram acompanhados pelo regime de tratamento do TDO, dos quais a maioria eram casos novos (6 casos - 46,2%) ou reingresso após abandono/recidiva (6 casos - 46,2%), possuíam como a saúde mental (4 casos - 30,8%) como doença associada, aids (2 casos - 15,4%) e diabetes (1 caso - 7,7%). Ressalta-se o elevado percentual de ignorado/em branco para as doenças e agravos associados, tais como alcoolismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas. Quanto ao desfecho dos casos, identificou-se um elevado percentual para o abandono (30,8%) e baixo para a cura (61,5%). Diante de tais resultados, observa-se que na maioria dos casos, ocorre a priorização da segurança em detrimento da saúde, o que questiona o papel do Estado em garantir ações vinculadas a políticas públicas dentro dos complexos penitenciários, a exemplo do TDO, que desde que implantado de fato, é altamente eficaz na redução da morbimortalidade. Desta forma, identifica-se a necessidade da corresponsabilização entre a equipe de saúde e segurança para vigilância dos casos e supervisão da ingesta medicamentosa, afim de contribuir no prognóstico da doença, uma vez que necessitam de incentivos por possuírem doenças e agravos associados, e no desfecho favorável do tratamento, evitando casos de abandono.