Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGROS COM TRANSTORNO MENTAL EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL
Autores
ANAÍSA CRISTINA PINTO (Relator)
LAIS NATHALIA BARBOZA
LARA SIMONE MESSIAS FLORIANO
AIDA IGLESIAS DI LINCOLN CAMARINI
LUANA APARECIDA DE LIMA
LAÍS MARIANA DA FONSECA
BRUNA DE PAULA CÂNDIDO
SÔNIA BARROS
Modalidade Pôster
Área Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo Pesquisa

Resumo
Objetivos: Identificar e caracterizar as crianças/adolescentes com transtorno mental, usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infantil – CAPS i, de acordo com o recorte raça/cor. Metodologia: Utilizou-se como fontes de dados às informações contidas em todos os prontuários ativos dos usuários em tratamento no período da coleta de um CAPSi localizado na Zona Norte da cidade de São Paulo, perfazendo um total de 398 prontuários. Resultados: A maioria dos usuários é do gênero masculino (64,65%), adolescentes (média 13 anos), autodeclarados negros (55,96%), 88,32% inseridos na escola (0,15% são brancas, 14,93% são pardas e 9,38% são pretas), moradores de área com condições de vida precária, apresentando uso e abuso de álcool e outras drogas em 19,27% (16,07% dessas crianças e adolescentes são brancas, 22,76% e 17,24% são pardas e pretas, respectivamente), sendo a maior parte deles encaminhados por Unidades de saúde (24,58%). Os resultados sobre as crianças/adolescentes encaminhadas por abrigos e pela Fundação Casa infelizmente são inconclusivos estatisticamente, apesar de aparentarem estar relacionados ao quesito raça/cor (abrigo – branca 0%, parda 4,03%, preta 2,78%; Fundação Casa – branca 0%, parda 0,67%, preta 8,33%;), mas os encaminhamentos pelos hospitais e pelos serviços de saúde mental invertem-se em relação ao quesito raça/cor (Hospital: Branca – 10,14%, parda – 6,71%, preta – 5,56%; Serviços de saúde mental: Branca – 15,22%, parda – 6,71%, preta – 2,78%). As seguintes hipóteses diagnósticas foram mais recorrentes do que as outras: F190 - 7,28%, F840 – 19,95%, F900 – 7,55%, F990 - 39,08%, e mais de 85% dos usuários possuem Projeto Terapêutico Singular. Conclusão: Investigar indicadores de crianças/adolescentes em Centro de Atenção Psicossocial é imprescindível, com destaque ao quesito raça/cor, para o enfrentamento das iniquidades, segregação racial e transtorno mental¹,². Assim, este estudo pretendeu contribuir para o debate acerca da construção de políticas públicas específicas de melhoria na qualidade de assistência aos usuários de serviços de saúde mental no recorte raça-cor.