Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título COMUNICAÇÃO ENTRE ENFERMEIROS E SURDOS: PREVENÇÃO DO HIV/AIDS
Autores
WINNY ÉVENY ALVES MOURA (Relator)
JÉSSICA DOS SANTOS SIMÕES
ALBA LÚCIA SANTOS PINHEIRO
WOLNEY GOMES ALMEIDA
REGINA LÚCIA VIEIRA LINO ALMEIDA
Modalidade Pôster
Área Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo Pesquisa

Resumo
O HIV/AIDS é uma doença emergente, danosa, que se alastra rapidamente pelo mundo desde o seu surgimento, e que cotidianamente torna-se interiorizada nos pequenos centros, atingindo indivíduos em proporções maiores gradativamente. Esta infecção não está mais restrita a alguns subgrupos populacionais que outrora eram considerados vulneráveis, atinge inclusive pessoas com algum tipo de deficiência. Indivíduos surdos podem se infectar com o vírus HIV, em geral, pela carência de informação e conhecimento da necessidade do autocuidado geradas por obstáculos da comunicação que podem impedir o acesso a uma informação preventiva adequada intensificando sua vulnerabilidade frente ao HIV/AIDS. Este estudo tem por objetivo descrever os aspectos em torno da ausência/barreiras da comunicação entre enfermeiros e indivíduos surdos sobre a prevenção do HIV/AIDS. O estudo foi realizado em um município do Sul da Bahia com pessoas surdas de idade igual ou superior a 12 anos, devidamente matriculados e frequentando as escolas públicas do referido município. A coleta dos dados foi realizada nas escolas entre maio e julho de 2018, mediante aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de parecer 2.229.367. O fenômeno é abordado em uma perspectiva qualitativa. Para tal, utilizou-se a entrevista semiestruturada. Durante a coleta dos dados, grande maioria dos surdos entrevistados relataram nunca ter recebido orientações dos enfermeiros com relação a prevenção do HIV/AIDS, por outro lado, houve um único relato indicando que esses profissionais não estão capacitados para o atendimento específico a esta clientela, e que muitas vezes utilizam-se de meios não-verbais, tais como gestos ou mímicas para adivinhar as necessidades destes usuários. Sabe-se que a comunicação é uma das habilidades e competências fundamentais para o exercício da Enfermagem, e tais meios não são adequados já que podem influenciar em concepções errôneas e equivocadas no cuidado da saúde, principalmente no que tange a prevenção do HIV/AIDS. O despreparo dos profissionais interfere no esclarecimento de dúvidas e atendimento de possíveis demandas que surgem durante a consulta, infringindo assim os princípios da integralidade e equidade defendido pelo SUS. Para estabelecer a comunicação com o surdo é necessário que os profissionais da saúde estejam aptos para atuarem de forma a garantir um atendimento digno e de qualidade aos grupos vulneráveis, reconhecendo sobretudo a saúde como direito.