Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR ENFERMEIROS: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA GESTÃO LOCAL
Autores
JAIRO PORTO ALVES (Relator)
WEZILA GONÇALVES DO NASCIMENTO
FLAVIA LIRA DA PAZ FERREIRA
MATHEUS VITOR PEREIRA LIMA
TÁCILA THAMIRES DE MELO SANTOS
ÍTALO VINÍCIUS ALBUQUERQUE DINIZ
RICARDO CASSIANO DA SILVA NASCIMENTO
CLÁUDIA SANTOS MARTINIANO
Modalidade Pôster
Área Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo Relato de experiência

Resumo
Introdução: A atribuição de prescritor de medicamentos para o enfermeiro é assegurado pela Lei do Exercício Profissional da Enfermagem desde 1986 nos programas de saúde pública, entretanto, na maioria dos municípios brasileiros não se observa a instituição dessa prática, o que compromete a acessibilidade dos usuários e a autonomia do profissional enfermeiro. No município em análise, os enfermeiros alegaram não terem autonomia para realizar a prescrição de medicamentos tendo em vista que suas receitas não eram aceitas pelo farmacêutico responsável pela dispensação da medicação. Objetivo: Descrever o processo de institucionalização da prescrição de medicamentos em município no interior do nordeste. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre a institucionalização da prescrição de medicamentos por enfermeiros, no período de março a maio do ano de 2017. Resultado: A demanda pela instituição da prescrição de medicamentos por enfermeiros surgiu da própria categoria durante um curso de Atualização dos Enfermeiros à Saúde da Mulher em que essa temática foi discutida enquanto parte do cuidado na Atenção Pré-Natal. Nesse momento, as enfermeiras revelaram que não prescreviam porque o gestor municipal e a farmacêutica responsável pela Central de Abastecimento Farmacêutico não autorizavam a dispensação de medicamentos quando se tratava de prescrição de enfermeiros. Essa demanda foi levada Assessoria Técnica de Saúde, que também é enfermeira. Nessa perspectiva, levou-se ao setor jurídico do município, cujo entendimento foi de que era necessária a criação de uma portaria. A Portaria foi redigida conjuntamente pela assessoria da gestão municipal com o apoio de uma Instituição de Ensino Superior, que ofertou sustentação teórica aos enfermeiros e gestão. A redação final foi escrita por meio da Portaria nº 01 de 31/08/2017. Essa Portaria foi encaminhada ao Conselho Municipal de Saúde, onde foi discutida e aprovada por unanimidade. Conclusão: Não identificou-se resistência de nenhum ator envolvido no processo. Percebeu-se o desconhecimento das pessoas da autonomia do enfermeiro nos seus cenários de prática, inclusive dos gestores, implicando em cerceamento da autonomia do enfermeiro. A vivência dessa experiência foi significativa e enriquecedora tendo em vista a busca da garantia dos princípios do SUS tais como integralidade e resolutividade na assistência aos usuários; demostrou a importância da colaboração do ensino-serviço-gestão na resolução de problemas.