Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título O LIDAR COM O CORPO EM ADULTOS NA PÓS-MODERNIDADE, PRAZER OU SOFRIMENTO? UMA REVISÃO
Autores
RAQUEL OLIVEIRA MELO (Relator)
JESSICA MICHELLE RAMOS DE SOBRAL
ANTÔNIO MARCOLINO DO NASCIMENTO
CAIO LUISI
ESTELA MARA NICOLAU
ANDRÉA DE BARROS COSCELLI FERRAZ
ANTONIO GROSSI FILHO
ERIC BORAGAN GUGLIANO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo Pesquisa

Resumo
INTRODUÇÃO: A transexualidade, anorexia e vigorexia têm em comum a dificuldade do indivíduo em coadunar o corpo psíquico ao corpo material. Noutra proporção, muitas pessoas tidas como comuns, são insatisfeitas com a imagem de seus corpos no espelho, por isso utilizam recursos externos para adequação como produtos de beleza, procedimentos cirúrgicos simples e complexos. Entretanto, há um preço a ser pago. Nem sempre com dinheiro, mas com o corpo: desenvolvendo doenças. OBJETIVOS: Realizar uma revisão bibliográfica e compreender como o lidar com o corpo em adultos na pós-modernidade pode ser fator de prazer e/ou sofrimento. MÉTODO: Uma revisão integrativa que teve os critérios de inclusão: artigos em português na íntegra, publicados entre 2008 e 2018, envolvendo adultos, jovens adultos de ambos os sexos. Foram usadas as bases de dados: SCIELO, LILACS, MEDLINE e INDEX. RESULTADOS: Psicanaliticamente não somos nosso corpo em carne e osso, somos o que sentimos e vemos dele. Para a Psicanálise, o biológico engloba o psíquico: o corpo-sujeito representado simbólica e imaginariamente, absorvido e transformado pela representação, marca e constitui a história singular de cada indivíduo. A mídia desperta “desejos”,revela insatisfação do indivíduo diante da perfeição. Em adição, a mídia é identificada como dominadora e alienante fazendo com que o homem gaste suas energias na produção de uma realidade imaginária para que haja a sensação de pertencimento social. A falha do “eu” imaginário não é permitida, assim há a atenuação do aparecimento do “eu” no campo simbólico, fazendo com que o ser esteja ligado essencialmente ao imaginário salientando a própria imagem corporal. A sociedade do consumo proposta pela mídia cria um sujeito sem capacidade de reflexão, desvitalizado de símbolos e marcado pelo investimento em sua própria imagem. CONCLUSÃO: No mundo pós-moderno o corpo adorado esteticamente é análogo à mercadoria, remodelado no consumo. Há uma busca de adequação aos padrões, que ignora ou simplesmente desconhece a relação psique-biológico podendo levar problemas psicológicos, desencadear sintomas e desenvolver doenças. O procura do corpo “perfeito” pode dar prazer, mas também gozo. Para a Psicanálise, o gozo e prazer se diferem. O prazer está nos moldes do equilíbrio e da satisfação, o gozo é desestabilizador, traumático e excessivo, ultrapassa o saudável, é um prazer seguido de desprazer, não serve para nada.