Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título ANÁLISE DA SOBREVIDA DA INFECÇÃO HIV/AIDS EM ÁREA METROPOLITANA DE SÃO PAULO, BRASIL
Autores
ANA CARINE ARRUDA ROLIM (Relator)
MÁRCIO CRISTIANO DE MELO
LIA MARISTELA DA SILVA JACOB
ELIZABETH REGINA DE MELO CABRAL
JULIANA DA FONSÊCA BEZERRA
HERLA MARIA FURTADO JORGE
Modalidade Comunicação coordenada
Área Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo Pesquisa

Resumo
A UNAIDS propôs ambicioso objetivo para o controle da epidemia de aids, ou seja, até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV (PVH) conhecerão seu estado de HIV+, 90% das PVH receberão terapia antirretroviral e 90% destas terão supressão viral. Este estudo tem por objetivo estimar o tempo de sobrevida do diagnóstico HIV até a aids segundo variáveis sociodemográficas e epidemiológicas em Campinas, estado de São Paulo - Brasil, de 2000 a 2017. Estudo retrospectivo dos casos notificados de HIV e aids, em maiores de 13 anos com a análise de sobrevida da infecção HIV até o quadro de imunodepressão (aids) utilizando-se o método de Kaplan-Meier. As análises levaram em consideração duas coortes de notificação dos dados (2000 a 2003 e 2004 a 2017) e segmento de observação de 10 anos. Foram notificados 956 pacientes com a infecção HIV/aids. Destes, 61,2% (n = 585) do sexo masculino, 58,4% (n = 558) brancos, 35,7% (n = 341) com mais de oito anos de escolaridade, 51,8% (n = 495) entre 30 e 49 anos, 61,7% (n = 590) heterossexuais e 39,3% (n = 376) se infectaram por transmissão sexual. A sobrevida cinco anos após o diagnóstico de HIV foi semelhante em ambas as coortes (76,5% e 76,9% respectivamente) (HR = 0,99). Após dez anos a sobrevida para os notificados entre 2000 e 2003 foi de 74,6% e 65,2% (2004 a 2007) (HR = 1,14). Houve diferença de proporcionalidade entre as curvas, evidenciado pelos valores dos testes de Log Rank (Mantel-Cox) = 0,005 (início da série), Breslow = 0,014 (meio da série) e Tarone-Ware = 0,008 (final da série). Quando analisado o nível educacional, a sobrevida no final da observação foi menor nas pessoas com mais de 8 anos de escolaridade (64,4%) comparado entre 0 e 3 anos (70,8%) e 4 e 8 anos (71,7%), sem diferença entre as proporções (p > 0,05). Com relação à exposição sexual, a sobrevida cinco anos após o diagnóstico foi de 72,7% e ao final da série foi de 64,0%, para os que contraíram o vírus por outras causas foi de 84,4% e 80,6%, respectivamente (HR = 1,16 e 1,25). Ao longo dos anos, a distribuição dos casos de HIV foi desigual aos casos de aids. Apesar da maior escolaridade estar relacionada a um diagnóstico de aids mais rápido que outras faixas de nível educacional, tal dado infere que o acesso à conhecimento leva a pessoa a compreender melhor sua saúde e a buscar melhorias de cuidado, sejam elas relacionadas às suas práticas cotidianas ou na busca de centros e profissionais especializados na doença.