Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título VIVÊNCIAS DO ENFERMEIRO RECÉM-FORMADO ATUANDO NA ÁREA INDÍGENA NO INTERIOR DO AM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores
SAMUEL AQUINO DE ARAUJO (Relator)
CARLOS ALEXANDRE NEVES LIMA
SAMUEL AQUINO DE ARAÚJO
Modalidade Comunicação coordenada
Área Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo Relato de experiência

Resumo
INTRODUÇÃO: Grande parte dos profissionais de enfermagem que atuam na área indígena é jovem, recém-formada, sem experiência específica na assistência à saúde indígena, somente com a expertise do bacharelado para atuar com populações não-indígenas, necessitando de prévia capacitação específica para atuar junto à população indígena. OBJETIVO: Relatar através das vivências em um Distrito Sanitário Especial Indígena no interior do AM, a experiência adquirida e as dificuldades com o cenário local. METODOLOGIA: Trata-se do relato da experiência de um enfermeiro, quanto à assistência de enfermagem aos povos indígenas, no período de 12 a 30 de Junho de 2016. Para melhor aprendizado e percepção das diferentes localidades e falas optou-se pelo método de Escuta Sensível. RESULTADOS: A equipe foi composta por: 02 enfermeiros, 02 médicos, 03 técnicas de enfermagem, 02 dentistas, 12 AIS (Agente Indígena de Saúde) e 04 pilotos de bote. Chegamos ao pólo base Iauaretê, por via fluvial, porém na saída para as aldeias enfrentávamos dificuldades ora pelo curso do igarapé ser menor que a lancha havendo necessidade de caminhada até chegar em um ponto fluvial viável. O polo base tinha aproximadamente 2.386 índios pertencentes as etnias: Baré, Tukano, Hupdás, Baniwa, Curipaco, Tariano entre outras. Foram realizadas ações nos programas: imunização, saúde da mulher, puericultura, saúde do adolescente, saúde do homem, saúde bucal e saúde do idoso. Os enfermeiros eram responsáveis pelas palestras sobre diversas temáticas em saúde da família e os odontólogos em saúde bucal. Obteve-se maior êxito na cobertura vacinal, suplementação de ferro, vitamina A, busca ativa de Malária, tracomas e triquíase. Percebemos que as crianças eram as mais afetadas pelos agravos, como: diarréia, infecções respiratórias e malária. As comidas típicas, bebidas, danças, reuniões e celebrações ainda estão presentes, apesar da grande maioria dialogar o português, observou-se que a língua nativa está limitada somente aos idosos. As dificuldades encontradas foram: difícil acesso geográfico às aldeias, conhecimento e compreensão dos costumes nativos, utilização de linguagem acessível aos profissionais indígenas, remoção de vítimas e déficit de insumos de segurança. CONCLUSÃO: A partir dessa vivência pode-se perceber a importância da qualificação do profissional de enfermagem em saúde indígena para compreensão à respeito da cultura local e suas peculiaridades no campo da etno-enfermagem.