Anais - 21º CBCENF

Resumos

Título DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE E EPIDEMIOLOGIA DE TUBERCULOSE: SUBSÍDIOS PARA REORIENTAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE
Autores
SUELI SANTIAGO BALDAN (Relator)
MONICA DE ANDRADE
Modalidade Comunicação coordenada
Área Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo Tese

Resumo
O combate à tuberculose (TB) exige uma abordagem com ações multissetoriais, para que se obtenha um resultado efetivo, incluindo ações que envolvam aspectos sociais, econômicos e ambientais, além do olhar biomédico que, sozinho, não obteve sucesso. Assim, a compreensão da forma como ocorre a tuberculose de forma ampliada, considerando o indivíduo e o espaço social onde este está inserido permite um maior controle sobre a doença. Este estudo teve como objetivo identificar os determinantes sociais de saúde (DSS) e fatores relacionados à epidemiologia da TB no estado de Mato Grosso do Sul (Brasil). Trata-se de um estudo, ecológico, exploratório com análise multivariada e de geoprocessamento dos dados, que incluiu 78 municípios do estado de Mato Grosso do Sul. Os resultados sugerem que municípios com menor índice de desenvolvimento social, econômico e com maior desigualdade social são aqueles em que serviços de saúde para TB menos eficazes, devido à baixa oferta de testagem anti HIV, maior percentual de abandono do tratamento e de óbitos e baixa oferta de Tratamento diretamente observado (TDO). A distribuição espacial no Estado de Mato Grosso do Sul foi considerada aleatória, não sendo identificada a formação de clusters. Há grupos de municípios onde a cobertura por ESF e TDO contribuem para adesão ao tratamento e para o controle do número de casos de TB. Para outros municípios, essas estratégias têm sido pouco eficazes na redução do CI-TB e do abandono ao tratamento. Municípios que possuem reservas indígenas apresentam um CI-TB muito superior aos demais, fator relacionado à vulnerabilidade étnica/racial. O perfil sociodemográfico da coinfecção TB/HIV em comparação com o Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios indica uma predominância de casos em indivíduos do sexo masculino, com baixa escolaridade, um percentual elevado de óbitos e correlação entre um maior número dos casos de coinfecção TB-HIV em municípios com um IDH alto. Os resultados apontam para a necessidade de reorientação do modelo assistencial adotado para TB no Brasil, buscando implantar ações que sejam efetivas para melhoria das condições de vida da população de modo que esta seja capaz de tomar decisões, mudar comportamentos e alcançar o bem-estar. A articulação entre diferentes setores, como, por exemplo, Organizações Não Governamentais (ONGs), Escolas, Universidades e Imprensa falada e escrita, pode contribuir para a consolidação de ações de controle dos DSS.