Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOVOS DE HANSENÍASE DIAGNÓSTICADOS NA UNIDADE DE REFERÊNCIA DO PARÁ
Autores
MONIQUE NAYANA COSTA DE ALMEIDA (Relator)
ANA CLAUDIA SANTOS PURIFICAÇÃO
JANETE SILVA REZENDE DA SILVA
RUBIA RODRIGUES NEVES
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Dissertação

Resumo
A hanseníase (MH) é uma doença infectocontagiosa com alto poder incapacitante e o Brasil ainda não conseguiu eliminá-la. Objetivo: Identificar o perfil clínico-epidemiológico dos casos novos de MH, diagnosticados na Unidade de Referência do Pará, no período de 2005 a 2014. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, cuja amostra final foi constituída de 323 prontuários. A pesquisa teve início após aprovação Comitê de Ética em Pesquisa, envolvendo seres humanos (CEP) do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), sob o parecer nº 50846415.8.0000.5170. Resultados/ Discussão: Constatou-se o predomínio do sexo masculino em 58,5% dos casos, fato que decorre da exposição e movimentação dos mesmos no mercado de trabalho. A média de idade foi de aproximadamente 38 anos, atingindo a faixa etária economicamente ativa da população e esse perfil pode influenciar as questões socioeconômicas e acarretar prejuízos financeiros. Destaca-se a baixa escolaridade, com 64,4% da amostra possuindo o ensino fundamental; e a baixa renda, com 72,7% tendo renda de 1 a 3 salários mínimos, fato que evidência a associação da MH à pobreza de seus acometidos que estão mais propensos a desenvolver incapacidades, devido às condições precárias de moradia, nutrição, educação, acesso aos serviços de saúde, entre outros. A maioria dos casos, 75,5%, é procedente da Mesorregião Metropolitana de Belém. E essa predominância deve-se ao grande contingente populacional que facilita a transmissão da doença, além de maior disponibilidade de serviços de saúde. Constatou-se que 60,1% dos casos tinham a forma clínica dimorfa, com classificação operacional multibacilar em 77,1%. Um percentual considerável, 36,5%, possuía de 1 (um) a mais nervos afetados. Dessa forma, esse achado denota um alerta para o serviço de saúde, uma vez que há predomínio da forma mais contagiosa e potencialmente incapacitante, indicando alta transmissão da enfermidade na sociedade. Destaca-se que os graus de incapacidades físicas 1 e 2 atingiram 28,1% dos casos e que o grau 2 de incapacidade apareceu em mais de 10% da amostra examinada. Esse percentual é preocupante e nos permite afirmar que ainda existe uma grande dificuldade na rede básica em diagnosticar e tratar precocemente a doença. Conclusões: O diagnóstico da MH é tardio e cabe a nós, profissionais de saúde, refletirmos sobre ações eficazes para o controle dessa endemia visando o alcance das metas de eliminação.