Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título A ENFERMAGEM NO PROCESSO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA: EVOLUÇÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL
Autores
JÉSSICA DO NASCIMENTO REZENDE (Relator)
ROSA GOMES DOS SANTOS FERREIRA
MARIA ANGÉLICA ALMEIDA PERES
ALESSANDRA CABRAL DE LACERDA
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO
ROGERIA MARIA SILVA DO NASCIMENTO
Modalidade Pôster
Área Políticas Sociais, Educação e Gestão
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: A Reforma Psiquiátrica propõe a atenção psicossocial, sob a égide da cidadania, do protagonismo profissional e de usuários, produzindo tecnologias de cuidado. Avança no cotidiano institucional, dos trabalhadores e das relações interpessoais, abalizada por tensões, reflexões e conquistas, fomentando novas políticas institucionais e sociais. Objetivos: Apresentar as modificações assistenciais da enfermagem psiquiátrica, e discutir acerca dos desafios enfrentados, frente à mudança paradigmática da Reforma Psiquiátrica. Metodologia: Descritiva, reflexiva, por revisão bibliográfica e análise da legislação, Lei 10216/ 2001. Resultados: O trabalho em saúde mental está vinculado à Lei da Reforma Psiquiátrica, que protege os direitos dos portadores de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial. Outrora, transformava-se a dita “loucura”, em doença sem tratamento, impossibilitando as relações sociais e familiares, através do confinamento e da exclusão. A Reforma Psiquiátrica tem como pressuposto, a desinstitucionalização, desconstruindo o modelo manicomial, onde imperavam a internação e a coerção. A substituição progressiva dos leitos manicomiais, pela inserção social é objeto de discussão social e profissional, suscitando engajamento, sobretudo da enfermagem, no cumprimento das políticas de saúde mental, não pelo cumprimento isolado da lei, mas pelo conhecimento, reflexão e edificação desta clínica de cuidado. Conclusão: A Reforma não se resume ao cumprimento legal vigente há quinze anos e sim, uma proposta democrática-inclusiva de atenção psicossocial, que envolve a sociedade. Contribui para a descentralização da condução médica do tratamento, do enclausuramento, voltando-se para a contratualidade profissional, social, equânime. Dado a permanência que a enfermagem possui, junto ao sofredor psíquico, na construção do vínculo terapêutico, o desenvolvimento de seu cuidado específico e multiprofissional, constrói-se progressivamente, sendo essencial, a edificação do paradigma, fomentando o exercício da cidadania, através da reabilitação psicossocial. A descentralização assistencial, a diminuição da terapêutica medicamentosa, centrada no diagnóstico, está agora voltada para qualidade de vida, favorecendo a inclusão, propiciando as relações, a contratualidade, envolvendo os atores sociais, impicando diretamente, a enfermagem, na construção da clínica.