Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título SAÚDE MENTAL E HOMOAFETIVIDADE: ENFRENTAMENTOS VIVIDOS POR JOVENS HOMOAFETIVOS
Autores
GABRIEL DEOLINDA DA SILVA DE MARQUI (Relator)
ANDRÉA NOEREMBERG GUIMARÃES
JORGE FERNANDO SOARES
CARINE VENDRUSCOLO
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Monografia

Resumo
A homoafetividade já foi conceituada como pecado para a teologia, um crime no campo jurídico e uma doença para a medicina e a psicologia. Ela foi repugnada e recriminada até chegar a ser considerada como uma orientação sexual comparada a heterossexualidade. Historicamente, pode-se considerar que a forma como a sociedade reagiu frente à homoafetividade acabou por estigmatizá-la. Essa situação pode ser notada ainda nos dias de hoje. Ultimamente, reportagens jornalísticas têm trazido à tona vários acontecimentos que envolvem a temática da homofobia. Nesse contexto, acredita-se que muitos homoafetivos enfrentam dificuldades no seu cotidiano. Este estudo foi realizado por estudantes e professores do Curso de Enfermagem, com o objetivo de conhecer como jovens homoafetivos enfrentam situações cotidianas, relacionadas a condição homoafetiva, e que afetam sua saúde mental. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina, conforme parecer número 1.777.561/2016. Foi realizada em duas instituições de ensino superior de um município do oeste catarinense. Participaram do estudo 19 jovens homoafetivos. As informações foram coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas de novembro de 2016 a abril de 2017. A interpretação seguiu os passos da análise de conteúdo. Foram entrevistados 12 homens e 07 mulheres, com idades variando de 18 anos a 23 anos. Todos referiram como ocupação estudante, 15 faziam Curso de Graduação em Enfermagem, um em Ciências Sociais, um em Letras, um em Ciências da Computação e um em Matemática. Os resultados mostraram dificuldades dos jovens em relação à descoberta e aceitação da homoafetividade, bem como aspectos religiosos e enfrentamentos no convívio com familiares, amigos e a sociedade no geral. Conclui-se que despir-se de preconceitos, olhar com respeito e estar aberto ao diálogo, podem parecer atitudes simples, mas que ainda são questões para serem aprimoradas e colocadas em discussão na sociedade. Mais do que tecnologias densas, elas têm uma complexidade que atende as necessidades de pessoas que estão em construção e para as quais, o respeito e uma demonstração de afeto pode ser determinante. Acredita-se que essa pesquisa traz contribuições para a reflexão dos profissionais de saúde, sobretudo da enfermagem, sobre as suas práticas de cuidado à saúde mental de jovens homoafetivos.