Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL A GESTANTES NEGRAS PELO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE BRASILEIRO
Autores
ROBSON LOVISON (Relator)
THAMARA CRISTINA TRIERVEILER VARGAS
SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI
Modalidade Pôster
Área Políticas Sociais, Educação e Gestão
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: A Constituição Brasileira e as normas e políticas públicas do Sistema Único de Saúde definem direitos iguais a todas as pessoas, porém o cotidiano do atendimento público em saúde parece estar muito distante do que preconiza a normatização. Objetivo: refletir acerca do atendimento pré-natal a gestante negra pelo sistema de saúde público brasileiro. Metodologia: revisão narrativa da literatura, que embora não exija critérios rígidos permite o planejamento da pesquisa. Foram utilizados como descritores: gestantes, negras, pré-natal. As fontes de informação foram artigos publicados completos, em idioma português, entre os anos de 2012 e 2017 indexados na base de dados BVS. Resultado: Os poucos estudos publicados que focam no racismo institucionalizado do SUS revelam pouco interesse em debater o tema, bem como, o acobertamento do preconceito no sistema, da mesma forma que se apresenta na sociedade. Gestantes negras, em sua maioria, tem menor número de consultas, menos ultrassonografias, maior proporção de cuidado pré-natal inadequado e menor paridade. Também são registrados nos estudos menor atendimento médico durante o pré-natal ou nenhuma assistência médica, menos encaminhamentos para exames básicos e menor orientação dos profissionais quanto a doenças potenciais e cuidados gerais durante a gravidez e para o momento do parto. Revela-se também que a discriminação é cumulativa: por ser mulher, por ser negra e por ser pobre. Quando a isso somam-se doenças, como o HIV, ou ser solteira o problema agrava-se. A prática em saúde no sistema mostra significativo distanciamento entre o que preconizam os documentos, discursos e políticas do SUS e as práticas de cuidado. Conclusão: as disparidades no atendimento do SUS, de acordo com a cor da pele, se mantém, ainda que, a promoção da inclusão efetivada nas últimas décadas tenha conseguido um arrefecimento do racismo institucional. Quando associado a condição socioeconômica o preconceito fica ainda mais evidente. A enfermagem tem papel fundamental no processo inclusivo e de promoção da equidade. Para tanto, precisa ser devidamente preparada na sua formação e estimulada na sua prática cotidiana, sendo assim capacitada para promover o acolhimento de todas as gestantes, sem distinção e promover a quebra de paradigmas e mudança na cultura racista institucionalizada no sistema.