Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título MEMÓRIAS RECENTES DE UM PASSADO REMOTO: PERCEPÇÕES DE (EX) PORTADORES DE HANSENÍASE NO ESTADO DO PARÁ
Autores
ANA ISABELLA SOUSA ALMEIDA (Relator)
MAICON DE ARAÚJO NOGUEIRA
ROSILENE FERREIRA DE SOUSA
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: o Brasil experimenta um declínio do número de casos, passando de 44.436 novos casos, em 2006 para 26.395 em 2015 (OMS, 2015). As várias dimensões socioculturais da hanseníase têm demonstrado que os estigmas sociais e o ostracismo são mais proeminentes que a própria doença. O autoconceito tem sido trabalhado por muitos autores como estratégia para minimizar sentimentos negativos relacionados à autoimagem do sujeito. Porém, considera-se necessário identificar os principais fatores “estigmatizantes” e explorar as várias dimensões biopsicossociais da doença associadas à sua identidade “estigmatizadora”. Objetivo: descrever as principais memórias e sentimentos de (ex) portadores de hanseníase residentes em um antigo “leprosário” da Região Metropolitana de Belém, Estado do Pará. Metodologia: pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa na qual participaram onze (ex) portadores de hanseníase. Os dados foram coletados um abrigo especializado – antigo leprosário – localizado na Região Metropolitana de Belém, Estado do Pará, no período de setembro a outubro de 2016, por meio de entrevistas em profundidade, gravadas, transcritas e analisadas com bases na análise de conteúdo. Resultados: da análise dos dados emergiram três categorias: do contágio à exclusão social: a descoberta da doença; O discurso do medo: internação compulsória e segregação familiar; Fantasmas do passado no presente: marcas da doença; Nas três categorias, o estigma social e o preconceito revelam-se como marca social da doença. Apesar dos avanços em relação ao enfrentamento da hanseníase, a sociedade ainda categoriza (ex) portadores da doença, atribuindo-lhe determinados “estereótipos”. Esses “atributos” enraizados no imaginário popular tornam-se motivos de retraimento social, e afetam o psiquismo, bem como a qualidade de vida das pessoas acometidas. Conclusão: As percepções a cerca da doença evidenciam que marcas do passado ainda refletem no cotidiano social. Tolhidos da convivência familiar, a memória dos acometidos da doença reflete o sofrimento vivenciado, o desequilíbrio emocional, e as marcas psicossocial resultantes da segregação. Portanto, acredita-se que este estudo possa fornecer subsídios para suscitar discussões sobre questões relacionadas às aos aspectos emocionais das pessoas com hanseníase. Referências: World Health Organization. Transmission of leprosy 2015[citado em 30/05/2017] Disponível:http://www.who.int/lep/transmissission/en/index5.html.