Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título HUMANIZAÇÃO DO PARTO INDÍGENA HOSPITALAR SOB A ÓTICA DE ENFERMEIROS ATUANTES EM MATERNIDADE DE RORAIMA
Autores
VITÓRIA CRUZ LANA (Relator)
CÍNTIA FREITAS CASIMIRO
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Monografia

Resumo
Roraima é o segundo estado do Brasil com maior população indígena, com 11% da sua população autodeclarada indígena. Na perspectiva de atender as especificidades desta população, criaram-se políticas públicas de atenção à saúde dos povos indígena como forma de reorganizar o Sistema Único de Saúde (SUS). Faz-se necessário conhecer as particularidades que permeiam a vida da mulher indígena por estas influenciarem no parto. A pesquisa teve como objetivo analisar a atuação de enfermeiros na humanização do parto indígena hospitalar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem etnográfica, aprovada pelo comitê de ética em pesquisa, desenvolvida de março a novembro de 2016. Foram entrevistados onze enfermeiros especialistas em obstetrícia com no mínimo um ano de atuação nas salas de parto de uma maternidade de Roraima. Para a coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada com questões norteadoras. A análise de dados ocorreu a partir de análise de conteúdo de Bardin, emergindo três categorias: peculiaridades da parturiente indígena, cujos discursos evidenciaram as características da indígena frente ao processo de parto, as particularidades culturais, experiência e sentimento da indígena; condutas do enfermeiro com a parturiente indígena, na qual os discursos evidenciaram temas como o respeito à cultura da indígena, o tratamento destinado a elas, a presença do acompanhante e apoio; entraves na atuação do enfermeiro na assistência a indígena, sendo relatada a comunicação, preparo da equipe, e a ambiência como as principais dificuldades enfrentadas. De acordo com os relatos a assistência prestada pelos enfermeiros à parturiente indígena, não se enquadrou aos princípios e diretrizes da Política Nacional de Humanização, devido às dificuldades de comunicação, falta de um ambiente físico de acordo com os costumes culturais, além da ausência de capacitação para os profissionais. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2006; IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os Indígenas no Censo Demográfico 2010, primeiras considerações com base nos quesitos cor ou raça. Rio de Janeiro, 2012; GIL, L. P. et al. Valorização e Adequação dos Sistemas de Parto Tradicionais das Etnias Indígenas do Acre e do Sul do Amazonas. Relatório Etnográfico Final do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Etnográfico – Olhar Etnográfico. Florianópolis, 2007.