Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título IMPORTÂNCIA DA ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL QUANTO ÀS BOAS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS NO CONTEXTO TERRITORIAL AMAZÔNICO
Autores
FELIPE GABRIEL SILVA RAMOS (Relator)
RENATA DI KARLA DINIZ AIRES
LEONARDO PAIXÃO MONTEIRO CARDOSO
CAMILA NAZARÉ COSTA DE OLIVEIRA
LARISSA PAIVA DE OLIVEIRA
VANESSA NATALIA SANTIAGO MACÊDO
Modalidade Pôster
Área Trabalho, Ética e Legislação profissional
Tipo Relato de experiência

Resumo
INTRODUÇÃO: A geografia da região amazônica dificulta a assistência frente às situações emergenciais obstétricas. O parto de risco habitual demanda atendimento qualificado, sendo a enfermagem obstétrica, a categoria mais indicada para este suporte, sendo associada à menores índices de intervenções e respeito à fisiologia. A chamada “cascata de intervenções” causada por uso indiscriminado de intervenções como o uso de ocitocina exógena, episiotomia e pela manobra de kristeller - banida da atuação profissional de enfermagem pela decisão do COREN-RS nº 095/2016-, está associada à maiores índices de complicações materno-fetais. Diante da necessidade de boas práticas obstétricas, para redução de riscos, é indispensável a atualização constante dos profissionais que prestam a assistência, sobretudo em áreas afastadas dos grandes centros urbanos. OBJETIVO: Refletir a importância da adoção de boas práticas de assistência obstétrica em regiões com afastamento geográfico e pouco acesso a recursos. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, a partir de uma perspectiva metodológica reflexiva, construída da contextualização da vivência do pesquisador, do relato de cinco mães que deram à luz no período de 2015-2017 e do modelo de assistência obstétrica prestada em um município da ilha de Marajó, interior do estado do Pará. DISCUSSÕES: A assistência ao parto normal na cidade relatada, em geral, não segue o que é preconizado pelo Ministério da Saúde. Com a pouca disponibilidade de profissionais qualificados para exercer a função, e a assistência ao parto, embora não seja sua atribuição legal, acaba sendo realizada por técnicos de enfermagem. As parturientes são levadas a adotar a posição litotômica, a episiotomia é utilizada de maneira corriqueira, o manejo ativo do trabalho de parto com ocitocina também é frequente. A falta de atualização dos profissionais sobre o correto manejo frente à emergências obstétricas e o uso indiscriminado de intervenções em partos de riscos habituais geram consequentes iatrogenias, que podem levar a desfechos graves. CONCLUSÃO: O parto normal é a maneira mais segura de uma gestante dar à luz, portanto, os profissionais não devem interferir nesta ordem. Entretanto, o modelo de assistência sem intervenções desnecessárias ainda é uma realidade distante em todo o Brasil. É urgente a reflexão sobre o modelo obstétrico adotado pelos profissionais, como forma de minimizar maus desfechos maternos e neonatais causados por iatrogenias médicas.