Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título CUIDADO EM ENFERMAGEM AO SUJEITO EM SOFRIMENTO PSÍQUICO NA PERSPECTIVA DA HUMANIZAÇÃO
Autores
EMANUELLE RABELO CORDEIRO (Relator)
ANA KARLA RAMALHO PAIXÃO
MANOEL AUSTREGESILO DE ARAUJO JUNIOR
EDILBERTO IRINEU DE ARAUJO FILHO
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
A saúde no Brasil passou por processos de intensas modificações durante a década de 1970. Com o movimento de reforma sanitária, a criação do SUS, e posteriormente a reforma psiquiátrica, o cuidado ganhou políticas de saúde interessadas na participação de todos aqueles que a compõe: profissionais, pacientes e familiares como forma de garantir a saúde como direito de todos. Nesse interim, surge a Política Nacional de Humanização (PNH), demonstrando que através da implementação do acolhimento, autonomia, protagonismo e corresponsabilidade é possível construir um cuidado humanizado. Diante disso, lança-se a seguinte questão norteadora: como a humanização pode ser identificada nas relações entre enfermeiro e sujeito em sofrimento psíquico dentro do ambiente hospitalar psiquiátrico hoje? Tem-se por objetivo analisar o cuidado de enfermagem em saúde mental em um hospital psiquiátrico tendo como base as discussões da PNH. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa realizada com dez enfermeiros inseridos no hospital psiquiátrico da cidade de Mossoró/RN. Sob a égide da Resolução 466/2012, submetemos esta pesquisa ao Comitê de Ética e Pesquisa, sendo aprovada no comitê de ética da Universidade Potiguar. Para a coleta de dados utilizamos a observação não-participante e os registros de enfermagem no intuito de construir diários de campo cujo conteúdo foi analisado pela corrente francesa de pensamento. Os resultados foram discutidos em quatro categorias de análise, sendo elas: acolhimento como observação da doença; autoritarismo em detrimento à autonomia dos sujeitos; protagonismo como ser invisível do cuidado e corresponsabilidade como execução de ações fragmentadas. A partir disso, observamos que as práticas dos enfermeiros foram voltadas para intervenções da doença, reforçando o silenciamento dos sujeitos em sofrimento, suas opiniões e expectativas diante do seu tratamento, demonstrando o reforço de práticas biologicistas. Na visão de alguns enfermeiros, humanizar significava uma obrigação, um fardo a mais, diante de todo o trabalho que o enfermeiro já desempenha. O estudo demonstrou o quão distante caminha o cuidado intra-hospitalar psiquiátrico da PNH, indicando a necessidade de ampliação e fortalecimento urgente da rede substitutiva de atenção psicossocial como forma de garantir o acesso dos sujeitos que sofrem a práticas humanizadas em saúde.