Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título A PERCEPÇÃO DA MENTIRA NA AVALIAÇÃO DA DOR PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Autores
JULIO CESAR TRANNIN DE OLIVEIRA (Relator)
LEONEL ALVES DO NASCIMENTO
FERNANDO CESAR IWAMOTO MARCUCCI
LUCÉLIA PERES KOJEMPA
LEILA MARINS CASU
LILIAN DAIANE PALMA
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
Introdução: A dor é caracterizada como experiência sensitiva emocional desconfortável. Apesar de métodos validados para sua avaliação, a mentira tem sido relatada pelos profissionais, seja na presença ou intensidade. A discussão desta temática é escassa na literatura, justificando-se a necessidade de realização deste estudo. Objetivos: Identificar a percepção da mentira na avaliação da dor no ambiente hospitalar e qual a influencia no cuidado ao paciente. Método: Pesquisa qualitativa, realizado em hospital secundário público. Análise dos dados pela sequência proposta por Martins e Bicudo. Todos os procedimentos éticos foram respeitados. Resultados: Participaram 112 profissionais com idade média de 39,6 anos e o tempo médio de trabalho na área de 12,9 anos. Para 86,6% dos profissionais a avaliação da dor é muito importante. Quando questionados sobre a frequência com que o paciente mente em relação a presença ou intensidade da dor, 73,2% relataram algumas vezes. Foram construídos 3 categorias de análise: “Como você identifica a mentira?”: Relatam a percepção de mentira pela avaliação comportamental, que não condiz com a intensidade de dor reportada, ou pela avaliação dos sinais vitais ou do exame físico e suas correlações com a dor relatada. “O que faz quando percebe que o paciente está mentindo?”: Os discursos variam em manter a conduta e prescrição previamente definida, notificar o fato no prontuário, comunicar o médico responsável, não administrar a medicação ou então não tomar nenhuma atitude. “Quais os motivos que levam os pacientes a mentirem?”: A intenção dos pacientes de receberem atenção adicional ou alguma vantagem pessoal foi o motivo mais relatado. Outros referiram uma possível alteração psicológica como ansiedade, medo ou carência. Houve também a possibilidade de distúrbios psicossociais, como vícios farmacológicos e síndrome de abstinência. Considerações Finais: Os profissionais relatam situações em que o paciente mente na avaliação da dor, principalmente ao observarem que as condições clínicas e comportamentais não condizem com o relato da dor vivenciada. A conduta frente a esta percepção também muda, variando desde continuar com a terapêutica previamente prescrita, até em ignorar o relato da dor. Os profissionais citaram também a importância de orientar o paciente sobre a importância da veracidade do relato de dor. Programas de educação no manejo da dor facilitam e capacitam os profissionais a atuarem de forma correta nesta temática.