Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título NÍVEL DE INFORMAÇÃO DOS PORTADORES DE TRANSTORNO MENTAL SOBRE A TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Autores
ALINE CRISTINA ZERWES FERREIRA (Relator)
FERNANDA CAROLINA CAPISTRANO
CAMILA BONFIM DE ALCÂNTARA
LETÍCIA DE OLIVEIRA BORBA
MARILUCI ALVES MAFTUM
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
A manutenção da terapêutica medicamentosa em saúde mental depende, prioritariamente, das informações que o portador de transtorno mental possui quanto ao esquema terapêutico, a indicação e os efeitos esperados destes medicamentos. Na ausência dessas informações os indivíduos ficam mais propensos a utilizá-los de modo irregular e, consequentemente, a piorar o quadro clínico e a vivenciar episódios de recaída. Assim, este estudo teve como objetivo identificar o nível de informação dos portadores de transtorno mental sobre a terapêutica medicamentosa. Pesquisa observacional transversal realizada em dois Centros de Atenção Psicossocial de Curitiba (PR). Participaram 300 pacientes com prescrição medicamentosa. Os dados foram coletados entre abril e junho de 2014 por entrevista estruturada e consulta ao prontuário. Na avaliação do nível de informação, as respostas dos participantes quanto ao nome, dose e frequência de administração dos medicamentos foram comparadas com a prescrição. Os indivíduos apresentavam nível de informação suficiente quando acertavam a totalidade das informações e insuficiente quando não acertavam a totalidade. Os dados foram submetidos a análise estatística no programa SPSS v.20 e para análise das associações foi utilizado o Teste T de student e exato de Fischer. Comitê de Ética UFPR n. 406158 e CAAE: 20816713900000102. A maioria dos participantes apresentou informação insuficiente sobre o nome dos medicamentos (62,3%), a dose (91,9%) e a frequência de administração (82,6%). Houve significância estatística entre nível de informação insuficiente sobre o nome do medicamento e ter outros problemas de saúde (p=0,031), desconhecimento do diagnóstico psiquiátrico (p=0,049) e diagnóstico de depressão (p=0,016). Apresentar informação insuficiente sobre a dose dos medicamentos mostrou associação com o diagnóstico de esquizofrenia (p=0,042) e com realizar a autoadministração dos medicamentos (p=0,017). Houve significância entre a insuficiência de informação sobre frequência de administração e consumir bebidas alcoólicas (p=0,024). Conclui-se que a maioria apresentou nível de informação insuficiente sobre os principais aspectos que envolvem a terapêutica medicamentosa, o que pode interferir no uso seguro destes medicamentos. Assim, faz-se necessário estratégias de educação em saúde para os portadores de transtorno mental e seus familiares quanto aos principais aspectos que envolvem o tratamento a fim de favorecer a segurança do paciente.