Anais - 20º CBCENF

Resumos

Título FATORES QUE INTERFEREM NA ADESÃO À TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA: PERCEPÇÃO DO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL
Autores
ALINE CRISTINA ZERWES FERREIRA (Relator)
MARILUCI ALVES MAFTUM
Modalidade Pôster
Área Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo Pesquisa

Resumo
O uso seguro de psicofármacos é um relevante desafio na prática profissional da enfermagem, considerando os baixos índices de adesão a terapêutica medicamentosa pelo portador de transtorno mental. O planejamento e a implementação de um cuidado de enfermagem voltado a promoção da adesão requer do profissional a identificação das vivências do paciente, das fragilidades, das potencialidades e das limitações que envolvem esta terapêutica. Assim, este estudo objetiva conhecer a percepção da pessoa com transtorno mental sobre os fatores que interferem na adesão à terapêutica medicamentosa. Pesquisa qualitativa exploratória realizada em um Centro de Atenção Psicossocial de Curitiba (PR). Participaram 26 portadores de transtorno mental que realizavam terapêutica medicamentosa com psicofármacos. A coleta de dados ocorreu entre março e maio de 2015 por entrevista semiestruturada. Os dados foram submetidos a Análise de Conteúdo de Bardin. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética da UFPR com parecer n. 406158 e CAAE: 20816713900000102. A partir da análise de dados emergiram duas categorias temáticas: fatores que potencializam a adesão à terapêutica medicamentosa; e fatores que dificultam a adesão à terapêutica medicamentosa. Os fatores que potencializam a adesão, segundo os participantes, são: apoio da equipe multiprofissional a partir da escuta ativa, vínculo terapêutico, supervisão direta e orientação; partilha de vivências com outros pacientes que os motiva a seguir o tratamento; e apoio da família na participação do tratamento, incentivo e aquisição de medicamentos. Um dos principais fatores que dificultam a adesão se relaciona a própria terapêutica que ocasiona intensos efeitos colaterais, não cessa todos os sintomas e favorece a confusão posológica quando há um número elevado de comprimidos. O serviço de saúde dificulta a adesão pela rotatividade dos profissionais e a dificuldade em agendar consultas. A falta de apoio e o preconceito emanado pela família também dificulta a manutenção do tratamento. Conclui-se que os múltiplos fatores que interferem na adesão percebidos pela pessoa com transtorno mental possibilitam subsidiar o planejamento e a implementação de um cuidado de enfermagem mais efetivo que favoreça a manutenção da terapêutica medicamentosa.